As Nações Unidas e o governo cambojano iniciaram um projeto para evitar a extinção do golfinho do Irrawaddy, considerado o rei do Rio Mekong, e do qual restam cerca de 100 espécimes. O projeto consiste em fornecer aos pescadores cambojanos os meios necessários para se transformarem em guias turísticos fluviais e em observadores da atividade dos animais, que descem pelo Rio Mekong até o Lago Tonle Sap, na região central do Camboja.
Com a iniciativa, as autoridades cambojanas e os ambientalistas esperam que a população do delta abandone a pesca, principal causa do desaparecimento dos golfinhos e também dos peixes, que são seu alimento. "Os pescadores receberão incentivos para levar os turistas para ver os golfinhos, em vez de pescar, vender refrescos e comida aos visitantes", anunciou a Organização Mundial de Turismo (OMT) em comunicado.
O golfinho do Irrawaddy, que é geneticamente próximo à orca e foi descrito em 1866, mede ao nascer cerca de um metro e em sua maturidade alcança os 2,3 metros e chega a pesar 130 quilos. Os especialistas acreditam que o projeto pode elevar a população a cerca de 170 animais em cinco anos.
A tentativa de mudar o modo de vida da ampla comunidade de pescadores do lago Tonle Sap foi motivada pela veloz queda da população de peixes nas águas, devido à construção de represas chinesas na parte alta do rio Mekong, que nasce no Tibete.
(Globo Online,
Ambiente Brasil, 06/12/2007)