O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Mohamed ElBaradei, elogiou ontem o programa nuclear brasileiro, pelo cumprimento de todas as obrigações do tratado de não-proliferação de armas nucleares. Ao estabelecer diferenças entre o Brasil e o Irã, o dirigente rejeitou a postura daquele país, que escondeu o arsenal da agência durante 20 anos.
Conforme o diretor-geral, a única semelhança entre os programas das duas nações está no fato de que o Brasil também trabalha o ciclo do enriquecimento do urânio. ElBaradei disse que não há nenhuma razão que possa gerar dúvidas na Aiea sobre os compromissos da Venezuela com a não-proliferação de armas nucleares.
A declaração respondeu a uma pergunta sobre a iniciativa do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de assinar acordo na área nuclear com o Irã. Segundo ElBaradei, não há restrição à liberdade dos signatários do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares de firmarem acordos, desde que estejam em conformidade com os termos o tratado.
Após encontro no Itamaraty com o chanceler Celso Amorim, ElBaradei reuniu-se com o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, e participou de palestra no Instituto Rio Branco. Hoje, o diretor-geral da Aiea visitará as instalações da fábrica de combustível nuclear das Indústrias Nucleares do Brasil em Rezende (RJ).
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Correio do Povo, 06/12/2007)