O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA), Mohamed El Baradei, afirmou nesta quarta-feira (05/12), no Itamaraty, que o reconhecimento do serviço de inteligência dos Estados Unidos de que o programa nuclear do Irã não tem pretensões bélicas "dá um certo alívio" à agência.
De acordo com El Baradei, trata-se de uma manifestação coerente com a posição que a agência vinha apontando, e "abre uma janela de oportunidades" para o Irã no campo diplomático”.
Indagado se o Irã seria capaz de desenvolver armas nucleares a partir de 2015, o diretor-geral da AIEA ressaltou que "isso não deve ser motivo de alarde". Ele entende que "até lá é possível desenvolver negociação para que o Irã seja mais transparente" e se comprometa a usar o programa nuclear para fins pacíficos.
A transparência, segundo ele, é uma necessidade natural no caso do Irã, porque "o país precisa limpar sua imagem".
El Baradei reconheceu, no entanto, que o relatório do serviço de inteligência americano pode aflorar um sentimento de revanche e vingança por parte das autoridades iranianas, por conta das acusações de que o país foi alvo nos últimos anos.
O diretor se reuniu na manhã de quarta (05/12) com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
(Por Stênio Ribeiro, Agência Brasil, 05/12/2007)