A Alemanha, o sexto maior emissor do mundo de gases com efeito de estufa, vai apresentar esta semana legislação que possibilite a concretização da sua meta, ou seja, reduzir as emissões de dióxido de carbono em 40 por cento até 2020, a níveis de 1990.
O ministro do Ambiente, Sigmar Gabriel, deverá apresentar formalmente o programa climático e energético do Governo, que prevê 29 medidas, bem como um pacote legislativo que lhe permitirá atingir essa meta, mais ambiciosa do que a meta definida pela União Europeia (uma redução de 20 por cento até 2020).
As reduções das emissões de dióxido de carbono alemãs estagnaram desde meados da década de 90. Grande parte da redução de 18 por cento conseguida desde 1990 deve-se ao colapso da indústria pesada da era comunista na Alemanha de Leste, depois da unificação.
Agora, a Alemanha pretende conseguir os 40 por cento de redução através de um possível imposto sobre camiões, padrões mais exigentes na construção de edifícios, aumento da eficiência energética no aquecimento térmico e da duplicação da contribuição das energias renováveis para os 25 por cento. Segundo informações do Ministério federal do Ambiente, no ano passado foram empregadas 235 mil pessoas na indústria alemã das renováveis, quase 50 por cento mais do que em 2004 (cerca de 160 mil).
A organização ecologista Greenpeace tem criticado o Governo alemão por ter autorizado a construção de 24 novas fábricas de produção eléctrica a carvão, necessárias para evitar o vazio criado pelo encerramento faseado das centrais nucleares. Segundo a Greenpeace, se forem construídas todas as 24 fábricas – seis já estão a ser construídas – o país nunca conseguirá chegar aos 40 por cento de redução de emissões.
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Ecosfera, 05/12/2007)