De 11 a 12 de dezembro de 2007, na Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), Campus I em Arapiraca, os participantes do Componente Sustentabilidade Ambiental do Programa Água Doce (PAD) participam de curso teórico para caracterização das comunidades e recursos hídricos e estabelecimento de ações de apoio à gestão do uso da água dessalinizada. A parte prática acontece em dia de campo no dia 13, em Santana do Ipanema, na Unidade Demonstrativa da Comunidade Pedra D'água dos Alexandres.
O PAD, iniciativa da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHAU) do Ministério do Meio Ambiente (MMA), busca promover a implantação, a recuperação e a gestão de sistemas de dessalinizadores, sem danos ambientais, captando a água subterrânea salobra/salina, extraindo sais solúveis e tornando-a adequada para o consumo humano.
O processo visa também minimizar os impactos ambientais decorrentes do despejo de concentrados provenientes do processo de purificação da água salgada, criando métodos para o aproveitamento desses resíduos, utilizando-os, por exemplo, na produção de peixes e de plantas para alimentação de caprinos, de bovinos e de ovinos, ampliando a segurança alimentar de muitas famílias do semi-árido.
Luiz Carlos Hermes, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e coordenador desse componente, explica que a aplicação de procedimentos metodológicos para ajuste do funcionamento dos sistemas de produção em comunidades do semi-árido para a melhoria da relação custo/benefício – aumento de receita com redução de custos dos processos utilizados é uma garantia de motivação para a continuidade do sistema.
Para o pesquisador, ações para melhorar a qualidade de vida das pessoas em regiões semi-áridas devem ser focadas no contexto da abordagem holística com a união de esforços na busca de inovações que envolvam as mais distintas especialidades e devem ter como base de sustentação o processo participativo e de valorização dos costumes e da capacidade de cada localidade.
"Cada comunidade apresenta características próprias", diz Hermes. "Estas diferenças se tornam importantes na medida em que pacotes e intervenções tecnológicas, aplicados nas comunidades, atentem para estas diferenças e, portanto sejam ajustados na sua forma para melhor atender o que a comunidade espera das mudanças propostas".
O curso irá abordar sustentabilidade ambiental e integração de processos; fundamentos ecológicos para avaliação de impacto e gestão ambiental; caracterização de comunidades e recursos hídricos; sistema de posicionamento global (GPS) e construção de mapas interativos; a água em nossa vida; saúde e meio ambiente; determinação da capacidade de suporte dos tanques de evaporação; uso de equações predictivas e de ferramentas para entender o funcionamento do sistema aquícola; uso de kits simplificados; laboratórios móveis e sondas multiparâmetros.
Os instrutores são: Luiz Carlos Hermes e Cláudio de A. Buschinelli, pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente; Odilon Juvino de Araújo, coordenador técnico do PAD; Nayara de Oliveira Pinto e Maria Carolina Tonizza Pereira, bolsistas do PAD; Isnaldo Cândido da Costa, da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa/PB) e José Ponciano, da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa/MG).
(Por Cristina Tordin,
Envolverde/Embrapa, 05/12/2007)