A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que a crise humanitária provocada pelo ciclone que devastou Bangladesh no mês passado é muito pior do que o inicialmente imaginado e que mais de 2 milhões de pessoas precisam receber ajuda imediatamente para não morrer.
"À medida que mais informações são disponibilizadas, um quadro ainda mais sombrio passa a se revelar", afirmou o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários em um comunicado divulgado em Daca, na terça-feira (04).
Cerca de 2,6 milhões de moradores do país espalhados por nove distritos precisam de ajuda de emergência. E o número total de pessoas atingidas pelo ciclone é de cerca de 8,5 milhões, ou 1,5 milhão a mais que o calculado inicialmente, disse o comunicado.
O ciclone Sidr atingiu o empobrecido país do sul da Ásia no dia 15 de novembro, com ventos de 250 quilômetros por hora e uma onda vinda do mar de 1,5 metro. O número confirmado de mortes subiu um pouco, para 3.268. O número de pessoas consideradas desaparecidas ficou em 827 e a quantidade de feridos aumentou de 5.000 para 40 mil.
Os danos a propriedades também são considerados agora mais graves do que o relatado previamente. Quase 564 mil casas foram totalmente destruídas, ou 200 mil a mais que o previsto em um primeiro momento, disse o comunicado da ONU. Outras 885.280 casas sofreram danos.
Segundo a ONU, o número de animais de criação perdidos soma ao menos 1,25 milhão, mais do que o dobro da primeira estimativa. E a área de plantio danificada elevou-se para 2 milhões de acres.
Em termos de ajuda de emergência, as maiores carências neste momento são de alimentos, abrigo e dinheiro, disse a ONU. Mas também há problemas no setor sanitário, na obtenção de água potável, na distribuição de eletricidade e na assistência médica, acrescentou o órgão.
(Estadão Online,
Ambiente Brasil, 05/12/2007)