A sociedade da Petrobras com os dois maiores grupos petroquímicos brasileiros não deverá causar problemas de concorrência no setor. A avaliação é do presidente da estatal, Sérgio Gabrielli.
“O setor petroquímico é um setor internacionalizado, a concorrência é internacional. A nossa visão é que do ponto de vista competitivo, da concorrência, não teremos nenhum grande problema”, disse.
Na última sexta-feira (30/11), a Petrobras anunciou que irá se juntar à Unipar, empresa privada do setor petroquímico, para criar uma nova empresa, que deverá ser a segunda maior companhia petroquímica do país. A estatal também assinou um acordo para ampliar a sua participação no grupo Braskem, o líder do setor no Brasil e na América Latina.
Gabrielli defendeu que as duas empresas devem competir entre si e descartou a possibilidade de fusão. “A nossa visão é que elas devem continuar independentes, mas esta decisão não depende de nós, depende das empresas, onde nós participamos como sócios minoritários”. Segundo ele, não há decisão sobre aumentar a participação da Petrobras nos dois grupos.
O presidente da Petrobras disse que não entrou em contato com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) nem com a Secretaria de Direito Econômico (SDE) para avaliar possíveis problemas concorrenciais.
“Não acreditamos que haja problemas, mas quem decide isso é o SDE e o Cade”, afirmou, lembrando que a Petrobras não terá poder de influir em questões concorrenciais entre as duas empresas.
Sérgio Gabrielli disse que a reestruturação no setor petroquímico vai permitir que o país atinja um novo patamar no setor. “Vamos ter dois grandes grupos econômicos no Brasil com musculatura suficiente para enfrentar a competição internacional e para crescer na forma que é necessária para a petroquímica mundial”, avaliou.
O presidente da Petrobras informou que as negociações com a estatal boliviana do petróleo YPFB estão avançando, mas não quis adiantar quais os pontos que estão sendo tratados.
Gabrielli deve acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana em visita à Bolívia.
(Por Sabrina Craide, Agência Brasil, 04/12/2007)