Falar é fácil. Pôr a mão na massa e evitar o lixo eletrônico é que são elas. A Nokia e a Motorola que o digam. Em seus respectivos sites, dizem maravilhas sobre seus programas de reciclagens de aparelhos antigos, mas na hora H de recebê-los do consumidor a coisa não funciona tão bem assim. Foi o que constatamos em seis países e, por isso, as duas empresas perderam preciosos pontos na sexta edição do Guia de Eletrônicos Verdes do Greenpeace. Assim, a Nokia perdeu a liderança e caiu para nono lugar. Já a Motorola desceu do nono lugar para o 14o.
O novo líder do ranking do Greenpeace é a Sony Ericsson (divisão de celulares da Sony), com a Samsung em segundo lugar e a Sony em terceiro. Na Argentina, por exemplo, a atendente de uma loja representante da loja deixou claro que o que está escrito no site da empresa e a prática são duas coisas bem diferentes. Confira aqui.
A nova edição do Guia de Eletrônicos Verdes foi expandida para incluir fabricantes de TVs e consoles de jogos eletrônicos como Microsoft, Nintendo, Philips e Sharp. Essas empresas entram nos últimos lugares do ranking de performance ambiental, com a Nintenndo sendo a primeira empresa a não marcar ponto algum dos 10 possíveis. Philips e Microsoft foram um pouco melhor, marcando 2 e 2,7 pontos, respectivamente.
Em 2006 foram vendidos 62,7 milhões de consoles de jogos eletrônicos em todo o mundo, um crescimento de 14,9% em relação ao ano anterior, tornando o setor um dos que mais crescem entre os produtos eletrônicos. A baixa pontuação dos fabricantes Nintendo e Microsoft releva que essas empresas ainda têm um longo caminho a percorrer para melhorar suas políticas e práticas ambientais.
Apesar do console Wii ser mais eficiente em termos de consumo de energia que seus concorrentes Xbox (da Microsoft) e Playstation (da Sony), a Nintendo ficou muito mal na foto no Guia de Eletrônicos Verdes de Greenpeace. O uso de energia ainda não é avaliado pelo nosso ranking.
Muitas empresas já conseguiram melhorar bastante seus produtos e programas de reciclagem desde agosto de 2006, quando lançamos a primeira edição do Guia. Mas nenhuma delas ainda conseguiu sucesso em oferecer uma linha inteira de produtos livres das piores substâncias químicas tóxicas ou um programa de reciclagem simples, gratuito e global para assegurar que aparelhos que não mais funcionam não sejam jogados em lixões de países em desenvolvimento como China ou Índia, como é feito atualmente. E o lixo eletrônico vem se acumulando numa velocidade impressionante nos dias de hoje.
"É encorajador ver a Sharp e a Microsoft providenciando um calendário para a completa eliminação do PVC e dos retardantes de chamas de seus produtos", comentou Iza Kruszewska, da campanha de Tóxicos do Greenpeace Internacional.
(Greenpeace, 27/11/2007)