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protocolo de kyoto
2007-12-04

O jogo de xadrez climático começou ontem em Bali, na Indonésia. No primeiro dia da Conferência das Nações Unidas, a Austrália movimentou suas peças, para o ataque. Os Estados Unidos, isolados, jogam na defensiva. O novo primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, assinou ontem, em Canberra, seu primeiro documento no posto. Como havia prometido na campanha, ele ratificou a intenção do país em entrar no Protocolo de Kyoto. Formalmente, a Austrália precisa esperar por 90 dias para ser um membro efetivo do grupo.

Imediatamente, na Indonésia, os delegados australianos não apenas anunciaram o ato, como disseram que o país estava assumindo uma meta de cortar suas emissões em 60% até 2050 -além de ter 20% de energia renovável em 2020. A medida recebeu um minuto de aplausos. "As pessoas apreciaram a coragem do governo da Austrália de tomar essa posição que é dramaticamente diferente", disse Yvo de Boer, secretário-executivo da convenção.

Sem aparentemente se intimidar com a decisão, que isolou os Estados Unidos como o único país anti-Kyoto, um dos líderes da delegação norte-americana, Harlan Watson, disse que seu país não está ali para ser um obstáculo às negociações. "Nosso objetivo é sermos flexíveis e trabalhar de forma construtiva na criação do "mapa do caminho" de Bali", afirmou.

"Nós respeitamos a decisão dos outros países, mas também pedimos, claro, que os outros respeitem a nossa." A posição norte-americana de não aderir ao protocolo foi tomada em 2001 pelo presidente George W. Bush. Na visão do dirigente, o acordo custaria vagas de emprego aos EUA. Além disso, para ele, foi um erro o acordo ter excluído os países em desenvolvimento do grupo dos que deveriam assumir metas.

"Os Estados Unidos investiram bilhões de dólares em novas tecnologias, que vão desde o carvão limpo até o hidrogênio", afirmou ontem, em Bali, Watson. "O corrente regime legal de metas não está fazendo a sua parte. Apenas alguns países estão conseguindo reduzir suas emissões de forma significativa", disse o negociador dos Estados Unidos, referindo-se principalmente ao Reino Unido e a Alemanha.

Segundo os números divulgados pelo norte-americano, enquanto a população dos Estados Unidos cresceu 5% entre 2000 e 2005, e a economia 12%, as emissões de carbono subiram apenas 1,6%. Mesmo assim, as emissões do país comandado por Bush ainda estão 16% acima dos índices de 1990, ano base de Kyoto. Tanto é verdade que o próprio Senado americano já estuda uma forma de, via legislação, fazer o país adotar as metas.

Resultados concretos
Boer, representando a ONU, tentou chamar os delegados dos demais países para o jogo. No discurso de abertura da Conferência das Partes -esta é a décima terceira da história-, ele listou vários itens que precisam de acordos "urgentes". Boer lembrou do fundo de adaptação as mudanças climáticas para os países pobres e da necessidade de estabelecer formas de transferência tecnológica entre o Norte e o Sul. O dirigente mencionou ainda a necessidade de se iniciar a diminuição das emissões de gases que contribuem para o efeito estufa a partir do desmatamento das florestas, item que diz respeito diretamente ao Brasil.

Palavras e gestos
Entre os delegados que pediram a palavra no plenário e movimentaram as peças no primeiro dia, estiveram os representantes de Portugal e de Bangladesh. O primeiro, falando também em nome da União Européia, defendeu que seja estabelecido até 2009 um acordo global com metas, porque muito provavelmente as emissões vão continuar a subir na próxima década. O representante dos países pobres, que acabou de assistir um ciclone ceifar 5.000 vidas em seu país, reforçou a importância de haver um fundo para a adaptação dos países aos desastres climáticos. A agenda das próximas duas semanas, pela sua densidade, preocupa todos os delegados que já estão em Bali. Resta saber se o jogo terá realmente um fim na Indonésia.

(Folha de São Paulo, 04/12/2007)


 


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