O desmatamento em áreas protegidas no Estado do Pará caiu em outubro pelo segundo mês consecutivo, de acordo com a ONG Imazon, que atua na região.
Os dados do Sistema de Alerta e Desmatamento (SAD) da ONG indicam que o desflorestamento em parques e reservas ambientais somou 2,8 km², o equivalente a 2,7% do total desmatado neste período.
Em setembro, a proporção havia sido de 18,4% e, em agosto, de 26%. O desmatamento nas mesmas áreas protegidas havia aumentado nos meses de inverno, época em que o corte de mata é mais acentuado por causa da seca.
Boa notícia "Ainda não sabemos se é uma tendência ou se o desmatamento ainda pode voltar. Não podemos cantar vitória, mas é uma boa notícia", disse o biólogo Adalberto Veríssimo, pesquisador-sênior do Imazon e um dos responsáveis pela pesquisa.
Veríssimo diz que a queda no desmatamento pode ser o refluxo do incremento do inverno, quando o aumento do desflorestamento nas áreas protegidas (onde a derrubada de árvores é totalmente proibida) e a repercussão das notícias negativas levaram o governo a anunciar que iria reforçar a fiscalização.
Em agosto, o desmatamento nas áreas protegidas --incluindo não apenas parques reservas ambientais, mas também terras indígenas-- foi o equivalente a 65% do total.
"Até agora, não houve nenhuma grande operação, mas os responsáveis pelo desmatamento podem estar mais cuidadosos", opina o pesquisador do Imazon.
Fiscalização
Ele diz que o governo tem divulgado que está planejando operações na região. "O governo tem agora um prazo para agir, porque o desmatamento praticamente cai a zero na época de chuvas, que está começando, até maio."
"Mas além de aumentar a fiscalização, é preciso tomar conta dessas áreas para inibir o desmatamento", afirma Veríssimo.
O desmatamento total (incluindo também áreas desprotegidas) caiu em outubro para um quarto do volume verificado em setembro - de 469 km² para 102 km², mas no acumulado de agosto a outubro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado houve um aumento de 4%, de acordo com os dados do SAD.
Nos assentamentos de reforma agrária, o volume desmatado caiu de 25,8 km² em setembro para 11,4 km² em outubro, mas a proporção no total aumentou de 5,5% para 11,3%.
(Folha Online, 03/12/2007)