Delegações de todo o mundo iniciaram, nesta segunda-feira (03/12), na ilha de Bali, na Indonésia, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, que determinará a resposta da humanidade ao aquecimento global. Após um ano de encontros políticos e entre cientistas, esta cúpula marca o momento de estabelecer as bases da negociação que deverá levar, em 2009, à aprovação de um texto que substitua o Protocolo de Kyoto.
"A expectativa do público para que Bali forneça respostas são grandes. Os olhos do mundo estão sobre os senhores. É uma enorme responsabilidade para que Bali dê resultados", afirmou no ato de inauguração do encontro o secretário da conferência, Yvo de Boer. Na mesma cerimônia, o ministro do Meio Ambiente indonésio e presidente da conferência, Rachmat Witoelar, disse que "a mudança climática é inequívoca e está se acelerando". Para ele, cada vez é mais evidente que os efeitos mais severos da mudança climática serão sofridos pelas nações pobres.
Witoelar pediu às delegações de mais de 190 países presentes em Bali que obtenham um consenso nesta conferência, que se inicia em meio a um clima internacional favorável para alcançar compromissos firmes.
Meta x redução voluntáriaA União Européia (UE) já anunciou que se compromete a uma redução de até 20% de suas emissões. O primeiro-ministro australiano, o trabalhista Kevin Rudd, ratificou hoje o Protocolo de Kyoto, imediatamente após assumir o cargo. Outros países como a Rússia e o Brasil já se comprometeram com o acordo assinado em 1997.
A administração de George W. Bush, apesar de estar cada vez mais sozinha em sua postura contra a obrigatoriedade dos limites de emissões - inclusive dentro de suas fronteiras, onde pouco a pouco vai crescendo a consciência ecológica -, anunciou que manterá sua rejeição às reduções obrigatórias. Washington defende que os cortes sejam voluntários.
Em busca do consensoBali deverá conseguir um consenso que estabeleça as bases e os limites das negociações que se desenvolverão nos próximos dois anos. As discussões terão que se concentrar em quatro questões fundamentais: elaborar fórmulas para combater a mudança climática, facilitar a adaptação dos países a seus efeitos, compartilhar as tecnologias para prevenir o aquecimento e estabelecer mecanismos de financiamento para todos estes processos.
Na reunião, os países em desenvolvimento desempenharão um papel importante, sobretudo aqueles que mais poluem, como China, mas também os que possuem grandes extensões de florestas, como o Brasil, e os que são mais vulneráveis à mudança climática. "Cada vez se torna mais evidente que serão as nações pobres as que sentirão mais os severos impactos da mudança climática", acrescentou o ministro indonésio.
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Efe, 04/12/2007)