A Austrália confirmou nesta segunda-feira (03/12) a adesão ao Protocolo de Kyoto, que estabelece metas para os países desenvolvidos reduzirem a emissão dos gases que provocam o efeito estufa. Na abertura da 13ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-13), na Indonésia, o negociador do país anunciou que o novo primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, estava “assinando os papéis” para a inclusão no acordo e foi aplaudido por alguns minutos pelo plenário lotado das Nações Unidas.
Maior exportador de carvão do mundo, a Austrália, assim como os Estados Unidos, até hoje havia se negado a aceitar metas obrigatórias de redução dos níveis de gases. Outros 36 países desenvolvidos concordaram com a redução, até 2012, de cerca de 5% das emissões em relação aos índices de 1990, como prevê o protocolo.
A mudança de posição do ex-aliado parece não ter incomodado os representantes norte-americanos na COP-13. Em entrevista coletiva à imprensa, o chefe da delegação dos Estados Unidos, Harlan Watson, disse que o país não se sente "isolado" depois da decisão dos australianos e que a mudança já era esperada após a vitória de Rudd.
"Cada país responde por si e decide se metas são ou não apropriadas. Os Estados Unidos decidiram que não. O presidente [George W.] Bush respeita a posição da Austrália", afirmou.
Segundo Watson, apesar de não aceitar a definição de metas, os Estados Unidos vieram à Indonésia com uma "posição flexível" para auxiliar nas negociações do cronograma de um novo regime internacional sobre as mudanças climáticas.
Desde esta segunda (03/12) até 14 de dezembro, negociadores de mais de 180 países estão na Indonésia para decidir sobre futuras negociações globais relacionadas a emissões de gases do efeito estufa.
(Por Luana Lourenço, Agência Brasil, 03/12/2007)