Não é fácil ser preservacionista. Especialmente se você for um país bastante poluente como a Arábia Saudita, os EUA ou o Canadá. Todos os três foram condecorados no primeiro "Prêmio Fóssil do Dia" concedido em meio às negociações sobre o clima realizadas em Bali, na segunda-feira (03/12).
Cada um deles recebeu um pequeno saco de carvão adornado com sua bandeira nacional, em uma paródia de cerimônia de premiação marcada por muitas vaias e risadas. O prêmio, um acontecimento diário dos encontros anuais do Protocolo de Kyoto, foi apresentado por delegações de jovens do mundo como forma de criticar os países apontados como os menos preocupados com a preservação do meio ambiente.
A Arábia Saudita, maior exportador de petróleo do mundo e conhecida por recusar-se a adotar qualquer limite de emissão de gases do efeito estufa, recebeu o prêmio na categoria mais obscuramente obstrutiva nas negociações de Bali. Os EUA, país que mais emite gases do efeito estufa no mundo, recebeu o prêmio por "bloquear os esforços internacionais no combate às mudanças climáticas", afirmou um jovem norte-americano.
Os delegados do Canadá, país que ratificou o Protocolo de Kyoto, mas não conseguiu atingir sua cota, foram acusados de dizer a uma comissão em Bali que as metas compulsórias de redução nas emissões não eram necessárias para os países mais poluentes. "Depois de termos deixado de cumprir nossas metas de Kyoto, não temos credibilidade nenhuma para exigir que outros países assumam novas obrigações", disse uma jovem ativista canadense ao receber o prêmio em nome de seu país.
(Estadão Online,
Ambiente Brasil, 04/12/2007)