O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem disponível para projetos industriais e de formação de lavoura do setor sucroalcooleiro R$ 19,8 bilhões. Os desembolsos deverão ocorrer em até três anos.
O chefe do Departamento de Biocombustíveis do BNDES, Carlos Eduardo Siqueira Cavalcanti, informou que os projetos em análise somam R$ 9,1 bilhões e envolvem atividades de cultivo de cana, produção de açúcar e álcool, co-geração de energia e pesquisa e desenvolvimento. As operações já aprovadas, em que já existe o comprometimento firme do banco em financiar, somam R$ 10,6 bilhões.
O superintendente da Área Industrial do banco, Jorge Kalache, explicou que o setor sucroalcooleiro inclui plantas já instaladas para a produção de açúcar. Ele disse, porém, que a tendência é que as novas usinas já estejam “ou focadas unicamente em etanol e co-geração ou se produzirem açúcar este seja um produto secundário, vai depender muito da lógica de mercado”.
Já a carteira específica do departamento reúne 77 projetos, envolvendo financiamentos no valor de R$ 12,1 bilhões, o que corresponde a investimentos em torno de R$ 17,3 bilhões.
O financiamento médio por projeto atinge cerca de R$ 300 milhões. Os projetos estão ligados à formação de lavoura, na área industrial, e também à pesquisa e desenvolvimento, e representarão a moagem de 100 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano.
Eduardo Cavalcanti informou que 12 projetos em perspectiva somam financiamentos no valor de R$ 3,8 bilhões, mas acredita que “as empresas vão nascer com uma escala muito maior”.
A tendência, principalmente no Centro-Oeste brasileiro, segundo Cavalcanti, é que as empresas formem clusters, que são concentrações de companhias numa zona geográfica definida. Ele explicou que ao utilizarem o conceito do cluster, muitas empresas reúnem até três usinas por projeto, cujo investimento total pode chegar a R$ 1,5 bilhão.
Em termos de logística, de acordo com Cavalcanti, a construção de alcooldutos pela Petrobras para escoar a produção do Centro-Oeste é um dos temas de interesse entre as empresas do setor de biocombustíveis.
O primeiro desses alcooldutos deverá ter 950 quilômetros de extensão e permitirá o escoamento da produção das regiões de Ribeirão Preto (SP), Triângulo Mineiro e Centro-Oeste até a Refinaria do Planalto (Replan), em Paulínia (SP).
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 03/12/2007)