Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a produção de açúcar e álcool no Brasil chegaram a R$ 2,9 bilhões, entre janeiro e outubro deste ano. Em 2004, o total de recursos para esse setor somou R$ 604,9 milhões. A expectativa do banco é atingir, em dezembro deste ano, um total de desembolsos de R$ 3,2 bilhões.
Para o chefe do Departamento de Biocombustíveis (Debio) do BNDES, Carlos Eduardo Siqueira Cavalcanti, que compara os resultados parciais deste ano com os valores de 2004, o montante é expressivo. “Mais que quadruplicou em termos de participação no desembolso do BNDES”. Nos três últimos anos, as liberações alcançaram R$ 6,4 bilhões.
Segundo Cavalcanti, o aumento do total de recursos desembolsados está relacionado ao crescimento do número de carros flex, ou bicombustíveis, que utilizam gasolina e álcool, e que desde 2004 começaram a entrar de forma mais significativa na frota nacional de veículos. “Portanto, houve o crescimento do consumo de álcool na matriz de combustíveis do Brasil”, afirmou.
Ele revelou que os novos projetos apresentados ao banco são voltados predominantemente para a produção de etanol para o mercado externo. Os investimentos de maior porte, superiores a R$ 300 milhões, estão concentrados na região Centro-Oeste do Brasil, com destaque para os estados de Goiás e Mato Grosso do Sul. Outra região que reúne os novos projetos de etanol é o Triângulo Mineiro.
Das liberações acumuladas desde 2004, o maior resultado, no valor de R$ 4 bilhões, se destinou à produção de açúcar e álcool. Somente nos nove primeiros meses de 2007, os desembolsos para o setor somaram R$ 1,7 bilhão, com crescimento de 17% sobre o desempenho de todo o ano passado, que foi de R$ 1,3 bilhão.
As aprovações também evoluíram de maneira expressiva totalizando, de 2004 até setembro deste ano, o montante de R$ 5,8 bilhões. Nos nove primeiros meses de 2007, o valor aprovado pelo BNDES para o setor sucro-alcooleiro atingiu R$ 3,3 bilhões. O número é 160% superior ao total de todo o ano passado (R$ 1,3 bilhão).
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 03/12/2007)