Grupos políticos e comerciais de Rondônia mostraram revolta com a conclusão do Grupo de Trabalho criado pelo Ministério de Minas e Energia a respeito do gasoduto Urucu - Porto Velho, obra proposta desde meados dos anos 90 para abastecer a usina térmica Termonorte, do grupo El Paso, em Porto Velho. O grupo, com participação da Eletronorte e da Petrobras, assumiu aquilo que estudos de organizações da sociedade civil haviam atestado desde o ano de 2000: o projeto, além de seus impactos significativos, não é viável economicamente, pois o custo da energia produzida seria muito superior ao da rede nacional, uma vez que Rondônia for interligada ao sistema elétrico. A conclusão foi comunicada pelo ministro Nelson Hubner ao deputado federal Mário Nazif em reunião esta semana. O próprio ministro prometeu ir a Rondônia em dezembro para explicar as conclusões do GT aos políticos locais.
Tanto o deputado quanto interesses comerciais locais insistem na construção do gasoduto a qualquer custo. O presidente do Sistema Indústria de Rondônia, Euzébio Guareschi, alertou ontem enfaticamente sobre a necessidade da obra como "medida de compensação" em função dos impactos sociais da construção do complexo do Rio Madeira, incluindo duas usinas e duas eclusas no município de Porto Velho, nas localidades de Santo Antônio e Jirau. Os estudos conduzidos pelo Sistema Indústria apontam para o fato que as obras vão atrair para Porto Velho aproximadamente 100 mil pessoas. "Depois da construção das hidrelétricas, para onde vai essa mão de obra ociosa?" - questionou Guareschi - destacando que o gasoduto seria a solução para compensar este impacto social, ao gerar futuramente novos postos de trabalho.
(
Amazonia.org.br, 30/11/2007)