Sindipolo e Rosseto não mandam mais nada
Os petroleiros gaúchos, sobretudo os de Triunfo, sede do Pólo Petroquímico, e de Canoas, sede da Refinaria Alberto Pasqualini, estão em pé de guerra com o governo Lula e do PT, justamente o governo que ajudaram a eleger e pelo qual fazem qualquer coisa. É que nesta sexta-feira a Braskem anunciou que integrou os ativos da Petrobrás e da Petroquísa no Pólo do RS, além dos 40% que a Petrobrás possuía na Petroquímica Paulínia, assumindo o comando sem contestação o comando nos dois empreendimentos.
O acordo foi conseqüência da compra do grupo Ipiranga por Petrobrás, Braskem e Ultra, no começo do ano. A Petrobrás até terá diretores na Braskem, mas apenas no Conselho de Administração, porém não com poder de veto.
Até o ano passado, Petrobrás e Ipiranga, sócias do Pólo de Triunfo, impediam a movimentação da Braskem, que queria investir pesadamente no RS, mas além disto racionalizar as operações e a administração. Isto agora não existe mais. A Braskem está com as mãos livres.
É isto que alarma o Sindipolo, que teme demissões, com razão, porque ela já começaram e vão crescer. O Sindipolo acha que o governo Lula e do PT traiu os trabalhadores. Foi o que aconteceu. O governo preferiu ficar do lado dos empresários.
O Sindipolo, ligadíssimo ao PT do RS, sempre esteve sob a liderança oculta do ex-vice-governador Miguel Rosseto, que com o episódio também sofreu uma derrota política.
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O governo Lula já manifestou mais de uma vez sua vontade de que os grandes grupos empresariais brasileiros transformem-se em poderosas multinacionais. Isto inclui a Braskem. O grupo baiano já é a terceira maior petroquímica das Américas e a 11ª do mundo, mas quer mais.
(Políbio Braga, 02/12/2007)