A retomada do crescimento econômico está fazendo com que o Brasil busque soluções para superar uma possível crise energética. A partir disto, começam a entrar em pauta as opções que o País terá que adotar nos próximos anos para superar este problema. E a solução que se apresenta mais viável, com certeza, é a construção de hidrelétricas. Atualmente somos o terceiro maior do mundo em potencial hidrelétrico. Grande parte do potencial hidráulico brasileiro está na região Amazônica. Destaca-se o rio Madeira, que banha os estados de Rondônia e do Amazonas. Nas suas águas, o governo federal pretende construir duas hidrelétricas - a Jirau e a Santo Antônio - com capacidade de produzir 6.450 megawatts (MW). Assim, cumpriria mais da metade da meta do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de aumentar a oferta de energia elétrica em 12.300 MW até 2010. A energia proveniente de hidrelétrica é ainda a mais barata e menos agressiva ambientalmente do que a térmica e a nuclear.
A construção das hidrelétricas é imprescindível ao Brasil, não apenas para o suprimento de energia, mas para garantir um fornecimento a preços competitivos. Recentemente estudos realizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) concluíram que a energia elétrica poderá ficar mais cara caso as hidrelétricas do Rio Madeira não sejam construídas. A construção das hidrelétricas deve ir até 2013. Se, numa hipótese pessimista, por eventual razão, fossem suspensas as obras, necessitaríamos correr para realizar leilões de compra de energia térmica.
Atualmente, 84% da energia elétrica brasileira é renovável e 15% térmica (mais poluente e mais cara). Se não forem construídas as usinas na Amazônia, em 2016 a proporção será de 56% de energia renovável, 42% de térmica. A construção das usinas no rio Madeira deverá causar baixo impacto ambiental, tanto que a licença prévia para a obra foi concedida em julho deste ano. Desta forma, vamos esperar que não surjam novos entraves que impeçam o prosseguimento das obras. Portanto, a questão central é como viabilizar a construção das usinas amazônicas do Rio Madeira para que todos nós brasileiros não tenhamos que pagar mais caro pela energia.
*Deputado federal/PP
(*Por José Otávio Germano, JC-RS, 03/12/2007)