A Rede Uruguaia de ONGs Ambientalistas resolveu "promover diante dos poderes públicos, os setores econômicos e a sociedade civil, a suspensão total de autorizações para realizar novas plantações florestais e a instalação de novas indústrias para o processamento de celulose".
A declaração exorta a realizar um amplo debate sobre a configuração do "Uruguai Produtivo" com o conjunto de atores sociais, econômicos e políticos. Os membros da Rede Uruguaia de ONGs Ambientalistas consideram indispensável uma avaliação atualizada de todos os impactos ambientais, sociais e econômicos do projeto florestal que o país está levando adiante e que, cada vez mais, diferentes setores da sociedade põem em dúvida.
O documento assinado por organizações de todo o país considera as dimensões atuais de florestamento e do projeto florestal em curso no país, o ritmo das novas plantações e os anúncios de múltiplas empresas interessadas na instalação no território nacional de industrias para a produção de celulose. Segundo ele, há divergências crescentes na sociedade sobre os custos e benefícios desta atividade, em particular, pelo prejuízo que se produz sobre os recursos naturais básicos como solos, água, biodiversidade e clima.
As organizações afirmam também que há dúvidas sobre a geração de emprego e as condições de trabalho e de vida dos trabalhadores florestais, sobre a afetação da viabilidade de um grande conjunto de produtores familiares e meios que conformam a matriz básica da estrutura e a população rural. De acordo com elas, as plantações florestais contribuem para o agravamento do processo de concentração e "extrangeirização" da propriedade dos recursos produtivos do país.
Os assinantes declaram ainda que se internalizam os custos sociais, econômicos e ambientais reais que deverão assumir o setor público e outros setores produtivos para que esta atividade seja viável. A isto se soma um conjunto de incertezas e problemas que afetam a sustentabilidade ambiental, social e econômica da atividade.
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Adital, Com informações da Rede Uruguaia de ONGs Ambientalistas, 30/11/2007)