Em um ano, parque evitou a emissão de 148.325 toneladas de CO2 à atmosfera
Um ano depois de entrar em funcionamento, o Parque Eólico de Osório (Rio Grande do Sul), o maior da América Latina, recebeu licença ambiental para duplicar sua capacidade de produção de energia. A concessão da licença é o primeiro passo para a ampliação do projeto no estado do Rio Grande do Sul, explorado pela Ventos do Sul Energia, uma empresa que tem como sócios o grupo Elecnor (majoritário, 91%) – através de sua filial Enerfin Enervento – e a Wobben Windpower (9%), filial da alemã Enercon.
O primeiro ano de funcionamento das 75 turbinas eólicas foi comemorado na sexta em Osorio com um ato ao qual compareceram a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ministro de Minas e Energia, Nelson Hubner. Além deles, também estiveram presentes o diretor-geral da Enerfin Enervento, Guillermo Planas; e o diretor de Indústria e Energia da Xunta (Governo) da região espanhola da Galícia, Anxo Calvo.
Planas destacou que o projeto, concluído em dezembro de 2006, dentro do prazo previsto, e situado no município de Osório, cerca de 80 quilômetros do Porto Alegre, superou as projeções, com uma produção de 515 milhões de quilowatts hora.
– Longe de ser um ponto final, queremos que o parque seja o início de novos projetos – disse Planas.
A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) acaba de outorgar a licença prévia para o desenvolvimento de uma segunda fase. Segundo a ministra Rousseff, o parque é resultado da "colaboração bem-sucedida" entre os setores público e privado, que "tornaram realidade o sonho de um parque eólico com tecnologia de ponta, feito com sofisticação e respeito ao meio ambiente".
A ministra agradeceu a aposta da companhia espanhola no Rio Grande do Sul para construir o parque e por "permitir a concretização do compromisso do Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em promover as energias alternativas e renováveis". O governo considera prioritárias as fontes alternativas, limpas e renováveis, além da diversificação de energias, como a biomassa, o etanol e o biodisel.
O Parque Eólico de Osório é na realidade um complexo de três parques – Osório, Sangradouro e Índios –, constituídos por 25 turbinas aerogeradoras cada um, de 2 megawatts (MW). O parque é o resultado de um investimento de R$ 670 milhões e é capaz de produzir energia suficiente para cobrir o consumo residencial de 650 mil pessoas por ano.
Com uma potência instalada de 150 MW, os parques eólicos de Osório são uma mostra do rendimento que a energia eólica poderá ter no Brasil, segundo Planas.
A Ventos do Sul representa metade da energia eólica gerada no país, mas, segundo o Atlas de Potencial Eólico brasileiro poderá alcançar os 143 mil MW.
Atualmente, há 85 mil turbinas eólicas em operação no mundo. A Alemanha lidera a lista de países produtores da energia (16% do total produzido), seguida de Dinamarca (12%), Estados Unidos, Índia e Espanha.
A Europa lidera o mercado eólico, com uma cota de 65%, mas poderá ser superada dentro de pouco tempo pelos Estados Unidos, enquanto a região ibero-americana representa apenas 0,7% desse mercado.
No entanto, a energia eólica é a fonte de maior crescimento no mundo, com taxa anual de 28,6%.
Segundo Planas, o Brasil é um país que precisa diversificar suas fontes energéticas, já que sua rede atual depende em grande medida da hidráulica, e tem um grande potencial de explorar a eólica, que não é poluente.
Em um ano, o parque de Osório evitou a emissão de 148.325 toneladas de CO2 à atmosfera, o consumo anual de 36.500 toneladas de petróleo e de 41,2 milhões de metros cúbicos de gás natural, segundo os diretores das instalações.
(Agência Efe, 01/12/2007)