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impactos mudança climática
2007-12-03
Duas das principais organizações ambientalistas internacionais, o Greenpeace e o WWF, encabeçam mobilização marcada para o dia 8 de dezembro e pedem que as pessoas desliguem as luzes por cinco minutos. O ato é simbólico e pode sinalizar mais uma vez para os governantes do mundo o quão interessadas estão as pessoas em rever seus hábitos de consumo de energia em nome do meio ambiente.

No sábado dia 8 de dezembro, às 20h da Alemanha (17h no horário de verão brasileiro), cidadãos e órgãos de repartição pública estão convocados a desligar as luzes por cinco minutos, em protesto contra o aquecimento global e as conseqüências da mudança climática em nosso planeta.

O Greenpeace, o WWF e o BUND, entidades ambientalistas de renome, uniram-se a empresas como Google, Bild Zeitung – o diário mais popular da Europa – e a emissora de televisão ProSieben na campanha Licht Aus (Luz Apagada), que vem conseguindo a cada dia mais adesões nos mais diversos setores da sociedade alemã.

A manifestação ocorrerá durante a Conferência Mundial do Meio Ambiente promovida pelas Nações Unidas em Bali, na Indonésia, que vai de 3 a 14 de dezembro. Nela, representantes de 190 países terão mais uma oportunidade para sair da inércia dos belos discursos e iniciar uma nova era de respeito ao meio ambiente.

Karsten Smid, do Greenpeace, critica construção de novas termelétricas movidas a carvão. Não resta dúvida de que nunca se falou tanto em preservação ambiental quanto agora, mas nem mesmo a Alemanha, país considerado progressista no quesito, parece ter condições de cumprir com as metas prometidas pela chanceler federal Angela Merkel, que lidera um governo de grande coalizão.

Karsten Smid, especialista do Greenpeace em temas energéticos, disse não acreditar que a meta de redução de 40% na emissão de gases possa ser atingida até 2020 da forma como o governo vem agindo. "A construção de novas usinas de carvão é incompatível com as metas de defesa do clima", afirmou.

Segundo o Greenpeace, as empresas de fornecimento de energia na Alemanha estão planejando a construção de 25 termelétricas movidas a carvão, medida que vai em rota de colisão com os propósitos da ONU. Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos e figura de destaque nas campanhas de conscientização sobre o problema do aquecimento global, é taxativo em declaração publicada na carta de mobilização enviada pelo Greenpeace a seus militantes: "Eu não posso compreender por que os jovens de hoje não bloqueiam os tratores empregados nas obras das usinas a carvão".

Para Smid, a credibilidade da Alemanha no âmbito ambientalista sai deteriorada com essas usinas, altamente danosas. "O Greenpeace está movendo processo contra a RWE [um dos quatro maiores fornecedores de energia da Alemanha], na primeira disputa judicial na Alemanha que envolve mudança climática e a responsabilidade de uma grande empresa", relata.

Postal do Greenpeace contra as usinas a carvãoBildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift:  Postal do Greenpeace contra as usinas a carvãoTanto o Greenpeace quanto o WWF continuam batendo forte na tecla de fechamento das usinas a carvão, pois a Alemanha é, entre os chamados países industrializados, o que mais recorre a esse tipo de produção de energia. Enquanto a maior ONG ambientalista do planeta distribuiu a seus cerca de 550 mil filiados postais de protesto que foram também enviados a Angela Merkel, o WWF mobilizou seus militantes a pressionar, via internet, o Ministério do Meio Ambiente.

Além do espetáculo
A campanha Luz Apagada conta ainda com o apoio de outras entidades, como a Attac. A ONG é uma das 80 organizações alemãs engajadas no ato de 8 de dezembro que promoverão o "apagão consciente", bem como duas grandes manifestações, uma em Berlim e a outra em torno da usina de carvão de Neurath, em Düsseldorf, de propriedade da RWE, que será cercada por ecologistas.

Pontos turísticos como o Portão de Brandemburgo, na capital, a Alte Oper, em Frankfurt, e o Castelo de Heidelberg deverão ficar às escuras durante cinco minutos, numa das manifestações que prometem sensibilizar multidões nos cinco continentes para agir contra o aumento da temperatura da Terra em 2 graus Celsius, marca considerada crítica por pesquisadores do clima.
 
(Por Felipe Tadeu, Deutsche Welle, 30/11/2007)
 

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