SÃO PAULO - A Braskem, maior petroquímica da América Latina, vai receber ativos da Petrobras, consolidar sua posição no pólo do Sul e ter presença maior da estatal petrolífera em seu capital.
De acordo com fato relevante divulgado nesta sexta-feira, a Petrobras e sua subsidiária Petroquisa estão transferindo suas participações na Copesul, na Ipiranga Petroquímica, na Ipiranga Química, na Triunfo e na Petroquímica Paulínia, que serão integradas pela Braskem.
Como pagamento, a Petrobras receberá ações da Braskem, elevando sua posição no capital total da empresa de 6,8% para 25%, excluindo-se as ações em tesouraria. A fatia da estatal nas ações com direito a voto da Braskem sobe de 8,1% para 30%.
Após a notícia, as ações da Braskem subiam fortemente na Bolsa de Valores de São Paulo, às 12h, os papéis tinham alta de 7,71%, a maior alta do índice Ibovespa, negociados a R$ 15,92..
Controlada pelo grupo Odebrecht, a Braskem espera ter sinergias de US$ 1,15 bilhão como resultado da integração dos ativos, em valor presente líquido.
- Essa etapa determinante do processo de consolidação da petroquímica brasileira posiciona a Braskem como um competidor destacado na petroquímica global e com forte capacidade de geração de caixa, que vai permitir acelerar seus projetos de crescimento e de internacionalização - afirmou em comunicado o presidente da Braskem, José Carlos Grubisich.
O acordo de investimentos foi aprovado pelos Conselhos de Administração das empresas e está sendo notificado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A conclusão da operação deverá ocorrer em até 6 meses e resultará na emissão de 103,4 milhões de novas ações da Braskem, sendo 46,9 milhões de ações ordinárias e 56,5 milhões de ações preferenciais.
Para o analista Marcos Paulo Fernandes, da corretora Fator, o acordo entre Braskem e Petrobras "é positivo, pois simplifica a situação do pólo petroquímico do Sul".
- Basicamente é a antiga opção de Petroquisa para aumentar a presença no capital da Braskem reformatada - observou o analista da Fator, referindo-se ao antigo acordo de acionistas que dava à subsidiária da Petrobras o direito de elevar a participação na Braskem. A opção não foi exercida pela Petroquisa em março de 2006.
(O Globo Online e Reuters, 30/12/2007)