A Operação Diamante Rosa, coordenada pela pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), identificou mais de 300 garimpeiros acusados de atuar irregularmente na represa de Marimbondo, no Rio Grande, região noroeste paulista, perto da divisa com o estado de Minas Gerais. Os garimpeiros foram qualificados pela Polícia Federal. Na quinta-feira (29/11), o Ibama informou que quatro pessoas haviam sido presas por tentativa de fuga.
O Ibama também apreendeu 26 balsas que operavam ilegalmente no local – 13 delas foram retiradas da água e tiveram seus motores apreendidos. A Cooperativa Mista dos Garimpeiros do Baixo Vale do Rio Grande (Coopergrande), responsável pelas balsas, foi autuada em R$ 9 milhões. E os integrantes deverão responder por crime ambiental e por usurpação de bem da União.
A cooperativa tinha autorização para garimpar em uma área de mil hectares, mas extraía diamantes em uma área seis vezes maior. Além da multa, foi cassada a autorização da Coopergrande para atuar na área.
Na madrugada de quinta-feira (29/11), três balsas apreendidas desapareceram e oito tiveram seus motores furtados. Como a Coopergrande era a depositária fiel das embarcações, terá que responder judicialmente pelo ocorrido.
A extração de diamantes era feita no leito do rio em balsas equipadas com potentes motores para sucção do cascalho. Um garimpeiro mergulhava até cerca de 20 metros – antes, o Ibama havia informado que os garimpeiros chegavam a 200 metros de profundidade – conduzindo uma mangueira com cerca de seis polegadas de diâmetro para sugar o cascalho, onde ficam depositados os diamantes. O mergulho era feito com equipamentos de respiração rudimentares e sem considerar as tabelas de descompressão, fundamentais para quem exerce esse tipo de atividade.
Todo o material sugado era conduzido até um separador de cascalho – uma espécie de escada de metal –, para identificar e coletar os diamantes. Feita a separação, o material era devolvido ao rio sem nenhum critério, provocando turbidez da água e até assoreamento de alguns pontos.
“Como não se tinha licença ambiental, não existia o estudo de impacto que essa balsa poderia causar ao revolver o fundo do rio, o que poderia danificar a flora e a fauna da vegetação subaquática. Para os peixes temos um agravante: tudo isso está ocorrendo no período de piracema, o que prejudica mais ainda a reprodução”, afirmou o coordenador da operação do Ibama, Luiz Antônio Gonçalvez.
A operação contou com cerca de 100 homens, dois helicópteros, quatro lanchas e 16 viaturas. A Marinha, a Polícia Rodoviária Federal e o Departamento Nacional de Produção Mineral deram apoio às ações. O Ibama informou que continuará fiscalizando a região para evitar a retomada do garimpo no local.
(Por Bruno Bocchini, Agência Brasil, 30/11/2007)