A Petrobras anunciou na sexta-feira (30/11) a conclusão das negociações com a empresa privada Unipar, que permitem a criação da segunda maior companhia petroquímica do país. A estatal também assinou um acordo para ampliar sua participação de 8% para 25% no capital do grupo petroquímico Braskem, o líder do setor no Brasil e na América Latina.
De acordo com o presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, as duas iniciativas fazem parte da estratégia de investimentos da estatal para reorganizar o setor petroquímico brasileiro, que exige empresas de grande porte e maior integração com toda a cadeia fornecedora para ampliar a competitividade no mercado internacional.
“Depois da constituição dessas duas grandes empresas uma petroquímica fortalecida, vamos ter condições de crescer mais, de produzir resinas importantes para a indústria de plásticos e de derivados [de petróleo] de terceira geração que são absolutamente vitais para a vida moderna”, destacou.
A nova companhia será formada a partir de uma série de operações financeiras que envolvem a venda de ações e fusão de empresas, localizadas na Região Sudeste, com participação da Petrobras e da Unipar. A estatal entrará com a participação acionária que detém na Petroquímica União (R$ 265 milhões), por meio da subsidiária Petroquisa, e na Suzano Petroquímica (R$ 1,3 bilhões), adquirida pela Petrobras neste ano em operação ainda sem parecer da Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça.
Segundo a Petrobras, o processo deve durar cerca de nove meses e, quando formada, a nova companhia somará R$ 5,3 bilhões em ações, dos quais 40% pertencerão à estatal e os outros 60%, à Unipar. A estimativa é que a nova companhia tenha receita anual de R$ 6,1 bilhões e capacidade de produção de 1,9 milhão de toneladas de poliolefinas.
O acordo de investimentos para ampliação da participação da Petrobras no grupo Braskem ocorrerá com a transferência de ações da estatal e da subsidiária Petroquisa em empresas no Rio Grande do Sul (Copesul, Ipiranga Petroquímica) e no estado de São Paulo (Ipiranga Química e Petroquímica Paulínia).
Com a transação, que deve ser concretizada em oito meses, além de aumentar a participação no capital total da Braskem, a Petrobras ampliará sua influência nas decisões do grupo, já que passará a deter 30% do capital votante.
As operações financeiras da estatal brasileira com a Unipar e Braskem ainda precisam ser aprovadas pela SDE.
(Por Adriana Brendler, Agência Brasil, 30/11/2007)