Vários cartazes alertando para o uso do preservativo em diversas línguas, foram espalhados pelo alojamento dos Jogos dos Povos Indígenas. Domingo (02/12), Dia Mundial de Luta contra a Aids, agentes de saúde reforçam a abordagem.
A assistente social Alexandra Japiassu, da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), diz que a idéia é aproveitar que os índios estão reunidos para levar até eles informação.
Durante o evento, que começou há uma semana, mais de duas mil camisinhas masculinas e femininas foram distribuídas. Além disso, os participantes podem ter acesso ao mapa da incidência da doença em todos os estados, por meio de um programa de computador disponível no posto médico.
O índio Ijaruá, da etnia Karajá, recebeu alguns preservativos. Ele disse que vai utilizá-las, principalmente, quando for manter relações sexuais fora da aldeia.
A assistente social avalia como um desafio incentivar a população indígena a usar camisinha. Segundo ela, o trabalho consiste em alertar para os riscos das relações fora das aldeias. “Como as aldeias não estão mais isoladas e muitas ficam próximas à cidades, pedimos para que usem camisinha e evitem a contaminação entre si”, disse.
De acordo com a Funasa, até 2006, 191 indígenas foram diagnosticados com Aids. Os pacientes com aids e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são identificados em visitas regulares às aldeias, onde é feita coleta de sangue. Para o tratamento, a Funasa disponibiliza transporte para os postos de saúde e medicação.
Ainda segundo Alexandra Japiassu, a dificuldade não está no fornecimento de remédios mas nos tratamentos de DSTs que exigem a suspensão da atividade sexual. “Observamos que quando o paciente é mulher, nem todos os maridos respeitam esse prazo e acabam ou atrasando o tratamento ou recontaminando a esposa”, explicou.
Para evitar que a aids e as DSTs se espalhem na população indígena, a assistente social disse que a Funasa em Pernambuco tem incentivado a capacitação de agentes de saúde indígena e professores. Além disso, tem elaborado cartilhas feitas pelos próprios índios em sua língua nativa e não apenas em português.
(Por Isabela Vieira, Agência Brasil, 01/12/2007)