A tropa de choque invadiu na manhã de ontem (29/11) o acampamento Elizabeth Teixeira, no Horto Florestal Tatu, município de Limeira (próximo a Campinas), em São Paulo, para promover ação de despejo contra as 250 famílias acampadas. A ação truculenta da polícia já deixou três pessoas feridas, entre elas, o dirigente nacional do MST, Gilmar Mauro, que levou um tiro de bala de borracha.
A ação de despejo começou na manhã de hoje, dia 29. Um contingente grande de policiais chegou ao acampamento derrubando alguns dos barracos. Com truculência, os policiais se recusaram a negociar com os Sem Terra. Houve confronto e a polícia atirou contra as famílias, inclusive contra um deficiente físico numa cadeira de rodas, que teve de ser carregado.
A liminar de reintegração de posse da área foi concedida à prefeitura de Limeira, que não tem a posse da área - o terreno pertence à União. Já o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) prometeu às famílias que negociaria para que o despejo não ocorresse. Os Sem Terra responsabilizam Incra, a prefeitura de Limeira e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), por esta situação.
O Acampamento Elizabeth Teixeira foi montado em 21 de abril deste ano. O Horto Florestal Tatu, que já pertenceu à antiga Rede Ferroviária Federal, é atualmente da União.
No entanto, a prefeitura de Limeira, que nunca teve a posse da área, utiliza alguns locais do Horto Florestal para desenvolver atividades que degradam o meio ambiente. Dentro da área há um "lixão", instalado em condições inadequadas, que compromete o já poluído Ribeirão Tatu, que passa por dentro da cidade de Limeira e deságua no Rio Piracicaba.
Diante da situação, as famílias organizaram um ato público no acampamento para afirmar a disposição de resistir e permanecer na área. O ato exigiu também que a área seja imediatamente destinada à Reforma Agrária. As famílias acampadas já começaram a cultivar legumes e verduras no local.
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Adital, 29/11/2007)