Além de proporcionar beleza, projeto vai recuperar áreas degradadas ao longo da rodovia, com o plantio de 150 ipês-amarelos e roxos, 717 palmeiras, grama e cerca de 6 mil metros de cerca-viva
Muitas flores e árvores para contornar a Linha Verde. O projeto paisagístico, que vai ser desenvolvido em 22 quilômetros da Rodovia MG-010, que liga a capital ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande Belo Horizonte, foi iniciado ontem e, além de valorizar a estética da rodovia, pretende revitalizar áreas degradadas. A proposta é plantar árvores de mata nativa, 150 ipês-amarelos e roxos, 717 palmeiras e mais de 6 mil metros de cerca-viva, com a plantação de esponjinhas.
Vão ser gramados 147 mil metros quadrados, área equivalente a 14 campos de futebol. O projeto foi estimado em R$ 7,2 milhões e deve ser concluído em até dois anos. O trevo de Lagoa Santa, a 36 quilômetros de BH, vai receber tratamento especial com a criação de um monumento para simbolizar a via expressa.
“A idéia de paisagismo que temos está associada à estética dos locais, mas é nossa proposta também incorporar medidas de recuperação de áreas degradadas. Em respeito à segurança, vamos plantar árvores no lado oposto das telas metálicas, embaixo das passarelas, para evitar que os pedestres atravessem nessas áreas”, afirma a arquiteta do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) e supervisora do projeto, Andrea Greiner.
O projeto foi elaborado por um grupo de arquitetos do DER e é o primeiro feito especialmente para uma rodovia mineira. A construtora Cowan, além de executar a obra, será responsável pela manutenção e irrigação da via durante oito meses. Para recuperar áreas degradadas, pelas intervenções da obras, serão feitos plantios de árvores, semeaduras, contenção de erosão, serviços de drenagem e outras técnicas de engenharia ambiental.
A vegetação servirá para melhorar a estética e as condições ambientais da MG-010, mas também como sinalização de espaços, como curvas, cruzamentos, e para diminuir o ofuscamento provocado pelas luzes de faróis à noite. O início da recomposição florestal teve o plantio de 500 árvores nativas da região. O projeto paisagístico contempla os canteiros centrais, entornos de passarelas com pontos de ônibus, áreas remanescentes em função de desapropriações e até mesmo locais que não estão diretamente ligados à MG-010, mas que interferem no aspecto visual de quem transita pela estrada. “Alguns taludes comprometem o aspecto visual da paisagem e devem ser recuperados”, acrescenta Andrea Greiner. Os canteiros devem ser arborizados com conjuntos de ipês-roxos e amarelos, de forma alternada, para que a paisagem não fique monótona.
Trevos especiaisNo trevo de Lagoa Santa, um monumento pretende simbolizar o conceito de progresso que a Linha Verde quer proporcionar aos mineiros. A escultura vai ser feita em aço ferrugem com cerca de 100m de comprimento, em forma triangular, cortado por uma lâmina verde de metal. “Esse monumento carrega o conceito de progresso e mudança com o qual a Linha Verde foi projetada. A obra vai sintetizar o momento de mudança e transformação que Minas vive”, define a arquiteta do DER. No trevo será construído um estacionamento e um bulevar formado por um triângulo com pedra de minério, simbolizando Minas Gerais, onde serão plantadas árvores de médio porte e 28 palmeiras próximas ao viaduto.
Nos trevos de Santa Luzia, Pedro Leopoldo e Vespasiano serão plantadas árvores nativas, palmeiras e gramas de espécies diferentes, como a esmeralda e Santo Agostinho. Na segunda fase do projeto, estão previstas melhorias em área de convívio no Bairro Morro Alto, em Vespasiano.
(Luciana Melo,
Estado de Minas, 30/11/2007)