Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Cânyon será inaugurada amanhã para atender a zona norte
Caxias do Sul - Com a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Cânyon, que será inaugurada amanhã, o percentual de tratamento de efluentes na cidade subirá de 10% para 12%. O aumento é significativo, mas ainda há um longo caminho pela frente. A meta é que a cidade chegue a 86% dos resíduos tratados até 2012.
Construída na Rua Andolfo Randazzo, no Cânyon, a nova ETE atenderá aos bairros Belo Horizonte, Santa Fé, Vila Ipê, Cânyon, Altos da Maestra e Loteamento Caxias, onde também foram instaladas redes coletoras de dejetos. O investimento de R$ 4,5 milhões beneficiará também as comunidades de Vila Maestra e Linha 40, que sofrem com a poluição do Arroio Maestra. A estação já funciona em fase de pré-operação há cerca de dois meses.
O processo é inteiramente mecânico. O esgoto chega das casas e passa por uma série de tanques que funcionam como separadores e filtros do material. Depois de limpo, o líquido é lançado no Arroio Maestra. Antes da construção, o esgoto era simplesmente despejado no curso dágua.
A capacidade de tratamento da ETE é de 66 litros de esgoto por segundo. Todo o processo é natural, não há adição de reagentes químicos. As bactérias presentes no próprio esgoto fazem o trabalho de limpeza da água ao consumir o material orgânico. O líquido que sai do decantador, o último tanque do processo, tem cor amarelo claro.
- Essa água pode ser potabilizada novamente com facilidade. Se utilizasse processo químico, seria mais difícil. O processo biológico é mais lento, mas é melhor - explica o diretor-geral do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), Marcus Vinícius Caberlon.
Caxias hoje conta com quatro ETEs, outras duas estações estão em obras e mais quatro estão previstas. Com a finalização dessas melhorias, espera-se que a cidade chegue à meta de tratamento de dejetos proposta pelo Plano Diretor de Esgotos. O projeto, o mais caro e completo já realizado em Caxias, começou a ser discutido em 2000 e foi aprovado pela Câmara de Vereadores em 2002. Ele prevê a despoluição de todos os arroios que cortam a cidade, por meio da construção de redes coletoras de esgoto e das estações de tratamento, com um investimento total de R$ 120 milhões.
As melhorias começam a aparecer. Há três anos, apenas 4% do esgoto da cidade era tratado. Ontem, a prefeitura assinou o início das obras de despoluição do Arroio Pinhal, um dos mais importantes da cidade. As obras no Sistema Tega estão em andamento desde o início do ano. Atualmente, Caxias é uma das cidades do Estado com maior percentual de acesso à rede de esgoto, com 85% da população beneficiada.
(O Pioneiro, 30/11/2007)