O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, disse ontem, em Petrolina (PE) que o bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, adotou "postura fundamentalista" ao retomar a greve de fome para protestar contra a transposição do rio São Francisco.
Segundo Geddel, Cappio e a Igreja "têm legitimidade para criticar, mas não para governar", porque não "obtiveram do povo essa licença".
"Essa postura fundamentalista do bispo vai contra ensinamentos da igreja, como saber que é pecado atentar contra a vida", declarou.
O ministro, que acompanha uma missão da União Européia à região, reafirmou que não vai visitar o bispo e que o governo não suspenderá as obras da transposição.
Em Sobradinho, Cappio, no quarto dia de greve de fome, disse que a hora "de se posicionar já passou e o momento é de jejum e oração".
Ontem, o religioso recebeu apoio da Via Campesina, entidade que reúne nove movimentos de luta pela terra, quilombolas e índios.
(Fábio Guibu,
Folha de São Paulo, 30/11/2007)