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stora enso celulose e papel silvicultura
2007-11-30

O Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima) do empreendimento florestal da Stora Enso no Estado concluiu que, sob aspectos socioeconômicos e ambientais, o investimento é viável e poderá contribuir de forma expressa para o desenvolvimento da região, apesar dos impactos negativos. Os detalhes do documento foram apresentados nesta quinta-feira, na sede da Sociedade de Engenharia, em Porto Alegre. No próximo dia 12, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) promove uma audiência pública em Alegrete para discussão das informações. A previsão da empresa é de que o órgão emita a licença de operações até o final de dezembro.

O EIA-Rima, elaborado pela empresa de consultoria Silviconsult, apontou 11 aspectos positivos e 17 negativos. "Todo novo empreendimento provoca impactos ambientais, mas nem todos significam danos. No caso dos pontos negativos, sugerimos programas e medidas para eliminá-los ou reduzi-los", explicou o consultor Edson Martini. Entre os itens positivos, está o aumento de empregos, que deverá gerar 1.608 vagas diretas e 1.769 indiretas, representando 12% da estimativa de desempregados da região. Arrecadação de impostos, com o incremento de R$ 4,1 milhões no recolhimento de Imposto sobre Serviços (ISS), dinamização da economia e regularização ambiental também foram destacadas pelo responsável pelo estudo.

A redução da matriz campestre é o principal aspecto negativo, referindo-se à substituição da vegetação natural, mesmo que degradada, por plantações florestais. Na região, foram encontradas 600 espécies de flora, algumas ainda não catalogadas. O impacto deve ser atenuado com o estabelecimento de corredores ecológicos e a regularização de áreas de conservação. Há, também, a redução da disponibilidade hídrica, agravando as crises cíclicas de abastecimento na região, principalmente pelo excesso de consumo das lavouras de arroz. A estimativa é de uma diminuição de fluxo de 8,4% na área plantada e de 4,2% nas microbacias, assim como de 5% no estoque de água no solo. A empresa deverá promover um manejo para que a água não escoe, mas penetre na terra.

A elaboração do EIA-Rima envolveu 52 técnicos durante 18 meses, entre maio de 2006 e outubro de 2007, resultando numa publicação de 2.370 páginas e 120 mapas. O empreendimento da Stora Enso prevê a ocupação de 100 mil hectares com plantações florestais de eucalipto em 11 municípios da Fronteira-Oeste. Desse total, 80 mil hectares serão próprios e outros 20 mil cultivados em parceria com os produtores locais. Segundo o gerente tecnológico da empresa, Francisco Ferreira, 46 mil hectares estão em processo de aquisição atualmente.

A estimativa inicial da companhia era concluir a implantação das florestas até 2014, mas esse prazo deverá ser ampliado em pelo menos um ano em função dos atrasos na concessão da licença ambiental. Dos 24 mil hectares previstos para terem sido cultivados desde o ano passado, foram efetivados dez mil hectares. Ferreira estimou que somente a partir dessa etapa será definida a construção de uma indústria de celulose na região. 

(JC-RS, 30/11/2007)


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