Seapa pretende se valer de brecha na IN 44 para adquirir produto de outros estados brasileiros Após dois anos de embate para impedir o ingresso de carne com osso de outros estados, o governo gaúcho resolveu ceder à pressão da indústria. Ontem, a Secretaria da Agricultura (Seapa) admitiu a intenção de liberar a compra dos estados reconhecidos como livres de aftosa pelo Mapa, mas sem o aval da OIE. Contudo, para abrir as fronteiras, o RS precisa de autorização do ministério para se valer de uma exceção que consta da instrução normativa (IN) 44. A norma prevê que, em caso de desabastecimento, as regras para o trânsito de carne com osso podem ser flexibilizadas, desde que haja um plano para o ingresso do produto e por tempo determinado, explicou o chefe de Fiscalização e Defesa Sanitária da Seapa, Fernando Groff. O pedido da secretaria gaúcha foi encaminhado ontem a Brasília pelo superintendente substituto do Mapa/RS, José Severo.
Atualmente, o RS adquire carne com osso de Rondônia, Acre, Santa Catarina e de dois municípios do Amazonas, áreas consideradas pela OIE como livres de aftosa. Se o Estado liberar as compras, contrariará a IN 39, que autoriza a entrada de cortes com osso apenas de regiões com status igual ou superior com o crivo da OIE.
O coordenador da Comissão de Bovinocultura de Corte da Farsul, Carlos Simm, argumentou que houve um entendimento de toda a cadeia que a flexibilização não acarretará risco sanitário. Ele não acredita que possa haver queda no preço da carne e do boi gordo.
O secretário da Agricultura, João Carlos Machado, disse que há diversas interpretações para as instruções e que não fica claro 'se podemos ou não trazer carne com osso de outros estados.' O presidente do Sicadergs, Ronei Lauxen, informou que o objetivo é fazer uso de uma alternativa para abastecer o mercado gaúcho de costela no fim do ano.
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Correio do Povo, 30/11/2007)