Uma comissão formada por seis funcionários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) na capital amazonense apresentará nesta sexta-feira (30/11) ao presidente da instituição, Danilo Forte, reivindicações que, segundo eles, poderão contribuir para restabelecer a normalidade das atividades e, ainda, garantir mais segurança ao exercício das funções.
Os trabalhadores querem, com isso, evitar situações como a atual ocupação da sede por grupos indígenas, que já dura 16 dias, e preparam uma manifestação diante do prédio durante a apresentação da junta interventora escolhida para atuar nos 120 dias determinados pelo Ministério da Saúde.
De acordo com a responsável pela comissão, Edileuda Ferreira, os servidores querem, além da segurança, participação no processo de escolha do nome do novo coordenador; mais esclarecimentos sobre a Portaria nº 2.656 e o papel da instituição em relação ao documento; regulamentação sobre as formas de ocupação promovidas pelos indígenas; e detalhamento das funções da Funasa no atendimento à saúde do índio. "Ainda não está claro para todos que nossa missão é com os índios aldeados e não com os que vivem nas zonas urbanas", destacou.
Edileuda informou ainda que a preocupação decorre também das outras ocupações do prédio, em novembro de 2005 e em março de 2006, quando houve tumulto, ameaças e sumiço de equipamentos.
"Na realidade, nenhuma das três ocupações foi pacífica, mas a que ainda está em curso ocorreu de maneira mais agressiva, eles expulsaram todo mundo, não deixaram que a gente desligasse os equipamentos ou fechasse as portas das salas. Por isso a nossa manifestação, porque estamos há muito tempo de braços cruzados. Reivindicamos esclarecimentos porque toda ocupação dessas deixa equipamentos desaparecidos e, embora solicitemos ajuda da Polícia Federal, a busca não dá em nada e quem responde pelo patrimônio são os servidores. Queremos acabar com isso e que os indígenas também se responsabilizem pelos atos deles", afirmou.
Uma das lideranças indígenas, Enos Munduruku, afirmou que falta acertar alguns detalhes antes de promover a saída da sede da Funasa, que poderá ocorrer amanhã.
(Por Amanda Mota, Agência Brasil, 29/11/2007)