Porto Alegre (RS) – A Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí (Apremavi), de Santa Catarina, está organizando um abaixo-assinado pela criação da Unidade de Conservação Corredor do Rio Pelotas. A área é considerada fundamental para a preservação da biodiversidade, pois mantém várias espécies ameaçadas de extinção.
A conselheira da Apremavi Miriam Prochnow explica que a criação da Unidade foi prevista no Termo de Ajustamento de Conduta da hidrelétrica de Barra Grande. Seria uma compensação pelas obras da usina, que causaram graves danos ambientais e sociais à região em 2005. No entanto, o governo federal planeja ainda construir no rio a hidrelétrica de Paiquerê, o que poderia trazer ainda mais prejuízos ao local.
“É absolutamente importante que esse rio continue como ele está hoje, que não seja barrado. Por isso nós queremos a criação da Unidade de Conservação, desse refúgio de vida silvestre, e não a construção da hidrelétrica que está planejada lá, que seria Paiquerê. A construção de Paiquerê significa a extinção do rio Pelotas, na realidade. Nós não teríamos mais rios, e sim uma seqüência de lagos que afogaria não só os remanescentes da floresta, mas a cultura, a história”, afirma.
O abaixo-assinado faz parte da campanha SOS Rio Pelotas, que, segundo Miriam, é uma oportunidade para rever as políticas energéticas no país. Ela lembra que não são apenas as grandes hidrelétricas que causam impactos ao meio ambiente, mas também as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), usinas menores que podem provocar danos.
“A maneira de se calcular de onde vem a energia ela foi feita no final dos anos 1960 e início dos anos 1970. E isso não se modernizou. Parte de uma filosofia de que tudo pode ser compensado. Vou inundar uma floresta de araucária aqui mas vou plantar de novo lá. Mas nem todas as coisas são compensáveis, nem todas as coisas nós podemos perder”, avalia.
Para assinar o documento, basta acessar a página de internet www.apremavi.org.br. No próximo ano, as assinaturas vão ser enviadas para a presidência da República, para os Ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia, para o Ministério Público Federal e para os governos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
(Por Patrícia Benvenuti,
Agencia Chasque, 28/11/2007)