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captação de água da chuva orizicultura
2007-11-29

O manejo adequado da irrigação é a prática mais importante no sistema de produção arrozeiro

Por ser um recurso limitante, a água representa cerca de 11% dos custos do cultivo e tem forte interação com as demais práticas. A viabilidade da irrigação depende das condições de funcionamento dos sistemas de entrada e saída de água da lavoura, antes do início do plantio. Com a semeadura na época correta se aumenta a possibilidade de aproveitamento da água das chuvas, que pode contribuir com até 50% das necessidades da planta de arroz, dependendo da estação de crescimento.

Conforme o consultor do Irga, Paulo Régis da Silva, o rendimento, a qualidade de grãos e o retorno econômico esperado dependem da interação de vários fatores. Dentre as práticas de manejo consideradas mais importantes destacam-se a adequação da área, a escolha correta da época de semeadura, do manejo da irrigação e da nutrição de plantas e o controle eficiente de plantas daninhas, pragas e moléstias. “O manejo da irrigação depende do modo de realização da semeadura, se em solo seco ou em solo previamente inundado”, explica Silva.

Na semeadura em solo seco, pesquisas recentes realizadas pelo Irga evidenciaram aumentos no rendimento de grãos e na eficiência de uso da água com a antecipação da entrada do recurso para o estágio em que as plantas estão com três folhas expandidas, correspondendo entre 10 e 20 dias após a emergência. No entanto, para viabilização dessa prática é necessário que os sistemas de irrigação e drenagem estejam em condições de funcionamento antes de iniciar a semeadura e corretamente dimensionados, para maior rapidez nessas operações.

“A entrada precoce da água possibilita a aplicação da primeira dose da adubação nitrogenada em cobertura ainda no seco, obtendo-se maior eficiência de seu uso e menor perda para o ambiente”, afirma Silva. Outras vantagens são a maior disponibilidade de nutrientes no início de desenvolvimento da planta e a maior eficiência de controle de plantas daninhas, com redução de custos e de impacto ambiental.

No sistema de semeadura em solo inundado, a entrada da água na lavoura ocorre já durante as operações de preparo do solo, ao redor de 20 dias antes da semeadura. Uma prática usual era se fazer a drenagem inicial da lâmina de água em até três dias após a semeadura, deixando-se o solo encharcado durante três a sete dias para melhor fixação de plântulas, com posterior recolocação da água. De acordo com o consultor, essa prática resulta em perdas de 15 a 20% da necessidade total de água, perdas de solo e de agroquímicos (herbicidas, inseticidas, fungicidas e nutrientes) com a água de drenagem, podendo contaminar os mananciais hídricos.

Para reduzir o volume de água utilizado na lavoura orizícola, Silva aponta para a semeadura até a primeira semana de novembro, a manutenção de uma lâmina de água baixa e uniforme e a eliminação de desperdícios de água durante as operações de captação e distribuição. Com a semeadura no cedo se aumenta a possibilidade de aproveitamento da água da precipitação pluvial.

Em função dos avanços verificados no manejo da irrigação, a eficiência de uso da água aumentou. Atualmente, é possível produzir 1 quilo de arroz usando mil litros de água. “O manejo adequado da irrigação permite compatibilizar produtividade, rentabilidade e sustentabilidade da lavoura de arroz irrigado com maior eficiência no uso dos recursos ambientais”, finaliza o consultor do Irga.
 
(Jornal Minuano, 29/11/2007)


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