A declaração do ministro de Minas e Energia, Nelson Hubner, divulgada pela imprensa, sobre a inviabilidade da implantação do gasoduto Urucu-Manaus até Rondônia "devido a falta de demanda para abastecer os mercados das duas capitais", foi motivo de crítica do presidente da Assembléia Legislativa, Neodi Carlos, durante sessão ordinária de ontem.  De acordo com Neodi Carlos, o ministro de Minas e Energia desconhece a realidade de Rondônia quando afirma que o Estado não tem demanda para receber o gasoduto.

"O ministro não conhece a estrutura do nosso Estado", disse o presidente da Assembléia.  "Sempre existe uma desculpa do Ministério para inviabilizar esse benefício para a população de Rondônia".  Neodi Carlos explicou que o prejuízo ambiental previsto durante a construção do gasoduto Manaus Porto Velho é insignificante com o resíduo que é colocado diariamente na atmosfera por meio de geradores de energia elétrica.  "O dano é insignificante.  Existem forças ocultas por trás da inviabilidade do projeto.  Rondônia está sendo descriminado".  O presidente da Assembléia defendeu a união de forças políticas, envolvendo a bancada federal de Rondônia no Congresso Nacional, deputados estaduais, prefeitos, vereadores e a sociedade para buscar uma solução para o problema.  "Somos rondoniense e exigimos respeito", disse.

Audiência Pública
O presidente da ALE vai participar da audiência pública para discutir a implantação do gasoduto.  A obra, que levará gás natural da província petrolífera de Urucu, no município de Coari, no Amazonas, até a capital do estado, começou em meados do ano passado.  Sua conclusão, com 670 quilômetros, está prevista para abril de 2008, podendo gerar cerca de 6 mil empregos diretos e 10 mil indiretos.  Em sua primeira fase de operação, o gasoduto transportará 4,7 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.

(Diário da Amazônia, 28/11/2007)