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cst
2007-11-29
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugura a 3ª usina da ArcelorMittal Tubarão (antiga CST) nesta quinta-feira (29), junto com o principal acionista da empresa, o indiano Lakshmi Mittal. A poluição produzida pela ArcelorMittal Tubarão e a Belgo, do mesmo grupo, já causou doenças aos moradores da Grande Vitória que custaram R$ 1.650.000.000,00 para tratamento.

A inauguração será às 11 horas. Com sua 3ª usina, a ArcellorMittal Tubarão passa sua produção de 5 milhões de toneladas anuais de aço passa 7,5 milhões de toneladas anuais (podendo chegar a 8,3 mihões). E um novo aumento de produção desta empresa está programado para 2009: as unidades antigas, que produzem 2,7 milhões de toneladas ano, produzirão 4 milhões de toneladas ano com ampliações já em andamento. A empresa produz apenas produtos semi-acabados de aço, na forma de placas e bobinas, laminadas a quente.

O projeto da ArcelorMittal Tubarão é prejudicial ao Espírito Santo. As usinas são localizadas no Planalto de Carapina, ao lado das pelotizadoras da CVRD, e os poluentes emitidos pela empresa são lançados sobre a maioria dos moradores da Grande Vitória. Há um agravante: desde sua implantação, em 1983, a ArcelorMittal Tubarão (ainda CST) se recusa a instalar uma unidade de dessulfuração para suas usinas.

Trata-se de uma medida de economia, que vem contando com favores de todos os governos do Estado. O governo Paulo Hartung também fez vista grossas para a omissão da ArcelorMittal Tubarão e não exigiu a implantação da unidade de dessulfuração.

Com a ausência da unidade de dessulfuração, os gases derivados do enxofre produzidos no processo de produção do aço são lançados sem tratamento no ar. O enxofre em contato com a água produz, entre outros, chuva ácida que já foi registrada no entorno da usina da ArcelorMittal Tubarão. A Vale também produz poluentes gasosos, além de ser a maior produtora de poluentes particulados.

Cálculos apresentados no Conselho Estadual de Saúde (CES) apontaram os gastos que a população da Grande Vitória tem com a saúde, em decorrência dos poluentes das grandes empresas. Os poluentes da ArcelorMittal Tubarão exigem dos moradores gastos médios anuais de R$ 50 milhões. Nos seus 24 anos de operação os prejuízos aos moradores sobem a R$ 1.200.000.000,00.

Os poluentes da Belgo, localizada em Cariacica e também do grupo ArcelorMittal, exigem investimentos médios anuais de R$ 18 milhões. Em 25 anos de operação, o prejuízo ao bolso dos capixabas sobe a R$ 450.000.000,00. As duas empresas ArcelorMittal Tubarão deram um prejuízo total aos capixabas de R$ 1.650.000.000,00.

A maior das poluidoras é a Vale. Sua primeira usina foi inaugurada em 1969, com a remontagem de uma velha usina comprada nos Estados Unidos da América (EUA), com capacidade para produzir 2 milhões de toneladas anuais. As doenças causadas pelos poluentes da Vale tem custo anual médio de R$ 65.000.000,00, o que totaliza R$ 2.470.000.000,00, nos seus 38 anos de produção.

Cada morador da Grande Vitória paga um tributo às poluidoras para tratar as doenças provocadas por ela de R$ 100,00 por ano, valor médio. E muitas das doenças causadas pela poluição não têm cura, como alguns tipos de câncer.
Ao todo, são 59 os tipos de gases lançados, sendo 28 altamente nocivos, que provocam alguns tipos de câncer, outras que destroem o sistema imunológico, além de doenças alérgicas e respiratórias.

Não estão computados nestes cálculos as lesões permanentes no trabalhador, ocorrências com agravamentos drásticos na população e doenças provocadas pela poluição hídrica, entre outros.

A CVRD e a ArcelorMittal Tubarão e Belgo provocavam 50% da poluição do ar na Grande Vitória, segundo dados apurados pelo Instituto de Física Aplicada da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), antes do aumento de produção de suas usinas. A pesquisa apontou nessa ocasião que a CVRD respondia por 20-25% dos poluentes do ar, a ArcelorMittal Tubarão por 15 a 20% e a Belgo por 5-8% das 264 toneladas/dia de poluentes, 96.360 toneladas/ano de poluentes.

Depois da produção da pesquisa a produção das poluidoras aumentou consideravelmente. E vai aumentar, e muito, pois não só a ArcelorMittal Tubarão expandiu sua expansão da produção com sua 3ª usina: haverá aumento de produção das duas velhas unidades.

E há todo o processo de ampliação de produção das usinas de pelotização da Vale. O aumento de produção das pelotas será da ordem de 45%, com reformas de velhas usinas e da instalação da VIII pelotizadora. Serão produzidas 39,3 milhões de toneladas ano de pelotas em Tubarão.

Os processos de licenciamento ambiental dos projetos da ArcelorMittal Tubarão e da Vale pelo governo Paulo Hartung foram denunciados por ambientalistas como irregulares. Eles consideram as licenças ilegais, pois as empresas não haviam cumprido condicionantes dos projetos anteriores.

(Por Ubervalter Coimbra, Século Diário, 29/11/2007)


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