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2007-11-28
Foi adiada a audiência com o governo do Estado, Famopes e ambientalistas para discutir a implantação da siderúrgica chinesa Baosteel e da Vale em Ubu. A usina provocará estragos ambientais e sociais em toda a região sul do Estado. O adiamento ocorre na antevéspera da inauguração do 3ª usina da ArcelorMittal Tubarão, na Grande Vitória, que pode ser a determinante do adiamento.

A terceira usina da ArcelorMittal Tubarão será inaugurada com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (29). Presente o principal acionista da empresa, o indiano Lakshmi Mittal.

A audiência com o governo do Estado para discussão do pólo industrial de Ubu, incluindo a siderúrgica que será construída na região, estava marcada para esta terça-feira (27), às 9 horas. O comunicado do adiamento foi feito no final da tarde desta segunda (26), segundo informou o presidente do Grupo de Apoio ao Meio Ambiente (Gama), Bruno Fernandes da Silva.

O agendamento foi realizado pela Federação das Associações de Moradores e dos Movimentos Populares do Estado do Espírito Santo (Famopes) e contaria com a presença de ambientalistas. O Gama é uma ONG com sede em Anchieta e seu presidente informou que uma nova data para a audiência com o governo deverá ser marcada pelo vice-governador Ricardo Ferraço.

Segundo alguns ambientalistas consultados sobre o adiamento, a decisão de mudar a data foi pela inauguração da 3ª usina da ArcelorMittal Tubarão (ex-CST), na Grande Vitória. É que os projetos são igualmente poluidores, e toda a imensa degradação ambiental causada pelas poluidoras da ArcelorMittal (a ex-CST e a Belgo) e as pelotizadoras da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) na Grande Vitória será reproduzida no sul do Estado.

Na Grande Vitória, a poluição provoca doenças na população e degradação ambiental há quatro décadas, desde que foi inaugurada a primeira usina da Vale, em Tubarão. A poluição vai aumentar, e muito, com a expansão da produção, com ampliações de velhas e implantação de novas usinas.

Há a expansão da ArcellorMittal, que de 5 milhões de toneladas ano passa a produzir 7,5 milhões de toneladas ano (podendo chegar a 8,3 mihões) com a terceira usina. E um novo aumento de produção desta empresa está programado para 2009: as unidades antigas, que produzem 2,7 milhões de toneladas ano, produzirão 4 milhões de toneladas ano com ampliações já em andamento.

Já o aumento de produção das pelotizadoras da Vale será da ordem de 45%, com reformas de velhas usinas e da instalação da VIII pelotizadora. Serão produzidas 39,3 milhões de toneladas ano de pelotas.

Em Ubu já são duas usinas de pelotização da Samarco (parceria em partes iguais da Vale - maior exportadora de minério de ferro do mundo - e da BHP Billiton - terceira maior produtora mundial de minério de ferro). Uma terceira pelotizadora está sendo finalizada (poderão ser construídas até dez unidades deste tipo no pólo de Ubu, criado pelo governo Paulo Hartung).

Em Ubu será construída uma grande siderúrgica da Baosteel, a principal siderúrgica chinesa e da Vale, que será instalada no pólo industrial em Anchieta. A produção da siderúrgica será de 5 milhões de toneladas/ano de placas de aço em sua primeira fase. Mas os chineses já acenam com uma possível expansão da usina para assegurar a produção de 10 milhões de toneladas/ano de placas de aço por ano. Mais que as três usinas da CST juntas.

 Poluir, mas no Brasil

A construção da Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), hoje empresa do grupo ArcelorMittal, no Planalto de Carapina, e a ampliação desmesurada das pelotizadoras da Vale em Tubarão, foi uma estratégia do capital internacional para evitar críticas ao processo produtivo de aço tanto nos Estados Unidos da América como na Europa. Na época, se fortificavam as denúncias contra a poluição das empresas siderúrgicas.

Então foi decidido que a parte mais poluente da produção siderúrgica devia ser transferida para os países emergentes, à época chamados subdesenvolvidos, como o Brasil e a Coréia. Uma siderúrgica de grande porte também foi instalada na Coréia nesta ocasião.

A instalação da mega siderúrgica da Baosteel em Ubu vem exatamente neste contexto. O consumo de aço na China é crescente, como são crescentes as críticas ao país pela grande poluição que produz. Daí a decisão de poluir, mas no Brasil.

O governo Paulo Hartung, que recebe as poluidoras de braços abertos, anuncia que a siderúrgica produzirá para exportação. O que traz um outro complicador: apesar da devastação ambiental e social que produzirá, a empresa não irá gerar impostos para o Estado e a União, pois os produtos de exportação são desonerados.

A decisão de poluir no Brasil foi tomada nos Estados Unidos da América e na Europa. Agora, chegou a vez da China. Documentos tornados públicos este mês por força da legislação norte-americana confirmam a medida.

Os textos, disponíveis na internet dizem: “No futuro, o Brasil poderá até mesmo se tornar um ‘porto seguro de poluição’ para empresas que estejam procurando escapar a restrições de países com controles". A frase está no documento intitulado "Brazil -If Development Brings Pollution, so Be It" ("Brasil - Se o Desenvolvimento Traz Poluição, Que Assim Seja").

Seu autor é o Departamento de Estado Norte-Americano. O texto, disponível online desde que foi "desclassificado" (jargão dos serviços de inteligência para documentos que deixam de ser secretos), mas nunca antes publicado, traz a data de 28 de fevereiro de 1972.

Escrito por Ruth M. Schimel e aprovado por Godfrey H. Summ, da Chancelaria norte-americana, o relatório procurava dar uma panorâmica da situação do meio ambiente ("ecologia" era palavra mais em voga então) no Brasil para o governo Nixon (1969-1974).

Foi feito às vésperas do que é considerado o primeiro encontro multilateral sobre o tema, a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, na Suécia, em 1972.

(Por Ubervalter Coimbra, Século Diário, 28/11/2007)


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