A técnica de Consumo e Produção Sustentável do Ministério do Meio Ambiente Fernanda Altoé Daltro afirmou na tarde desta terça (27/11), em audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, que o ministério continuará a pesquisar a utilização de incineradores de lixo no Brasil, mas criticou o potencial de poluição por causa da presença de plásticos entre os dejetos. "Até se descobrir um meio perfeito não poluente para usar incineradores, a melhor política é a redução, reutilização e reciclagem do lixo", recomendou.
A audiência, que discutiu estímulos para investimento da indústria de plástico na reciclagem, foi promovida em conjunto pelas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio.
Filtros
O presidente do Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida), Francisco de Assis Esmeraldo, defendeu a incineração do lixo, que pode ter o potencial poluidor controlado por meio de filtros. Países da Europa, os Estados Unidos e o Japão já utilizam incineradores - só nos Estados Unidos, há 150; no Japão, 190.
Esmeraldo explicou que o plástico serve como combustível para a queima do lixo. No processo, materiais recicláveis como papelão, vidro e até mesmo parte do plástico são separados para reaproveitamento.
Coleta seletiva
O vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente, deputado Gervásio Silva (PSDB-SC), que coordenou os trabalhos, destacou a importância de mudança na legislação para estimular a coleta de lixo. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), Rogério Mani, observou que apenas 7% do lixo brasileiro tem coleta seletiva.
Mani explicou que o plástico ainda é a embalagem preferida dos supermercados por causa do custo baixo. No entanto, não é possível utilizar plástico reciclado na sua produção por determinação legal, já que o material pode entrar em contato com a comida.
O plástico leva de 300 a 400 anos para ser degradado pela natureza. Já o bioplástico leva apenas seis meses. Mani observou que o custo do novo material ainda é alto, mas com a demanda e exigência da sociedade pode ser baixado.
(Por Paulo Roberto Miranda, Agência Câmara, 27/11/2007)