O assessor científico do governo britânico, David King, disse nesta terça-feira (27/11) ser contra a proibição dos alimentos geneticamente modificados e apoiou seu uso positivo. Em entrevista à "BBC", King afirmou que o Reino Unido e os outros países europeus têm um argumento "moral" para respaldar os produtos geneticamente modificados, pois a tecnologia pode ajudar as nações mais pobres do mundo.
"A tecnologia transgênica não deveria ser proibida. Os produtos transgênicos deveriam ser supervisionados um a um", acrescentou. King, que deixará o cargo no fim de dezembro após sete anos como principal assessor científico do governo britânico, disse que estes alimentos terão papel fundamental devido ao aumento da população e à redução da oferta de água. "Temos a tecnologia para isso? Com certeza. Chama-se tecnologia de modificação genética", ressaltou.
Clima Ainda de acordo com King, a questão da mudança climática pode fazer com que milhões de pessoas passem fome, em decorrência do aumento das temperaturas globais. King disse que muitas das preocupações em relação a esta polêmica tecnologia são "irreais" e é provável que os produtos transgênicos sejam mais seguros para os consumidores que os produzidos da maneira convencional.
Em sua opinião, com o desenvolvimento da biologia molecular, segmento no qual o Reino Unido é pioneiro, o país está bem posicionado para desenvolver a tecnologia de maneira segura, o que será fundamental para alimentar a população mundial. "Por volta de meados do século, a atual população de 6,5 bilhões terá chegado a 9,5 bilhões. Temos um planeta cujos recursos foram consumidos demais", acrescentou King.
Ele destacou, no entanto, que será preciso adotar uma forte regulamentação para apoiar um desenvolvimento seguro dos alimentos geneticamente modificados. "Está claro que temos que ter a regulação para proteger nossa biodiversidade, nossos cultivos", ressaltou.
(Folha Online,
Ambiente Brasil, 28/11/2007)