A dragagem do arroio Dilúvio, iniciada há mais de um ano, já retirou 36 mil toneladas de areia misturada com lixo. Os trabalhos das equipes do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) estão sendo realizados na avenida Ipiranga próximo da rua Salvador França, no bairro Jardim Botânico. Na Zona Norte, a limpeza feita no arroio da vila Dique já removeu, desde julho, 15 mil toneladas de detritos.
A próxima etapa, considerada a mais difícil pelo departamento, será a dragagem dos bancos de areia localizados em frente à Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs). Os trabalhos no local deverão ter a duração de dois a três meses. O diretor-geral do DEP, Ernesto da Cruz Teixeira, disse que no local existe muita terra. "São verdadeiras ilhas dentro do riacho", destacou.
Segundo Teixeira, o que chama a atenção no trabalho é a grande quantidade de pneus, colchões e sofás que são jogados no arroio. "As nossas equipes já encontraram roda de liga leve e diversos fogões no local", comentou. O diretor de DEP explicou que o setor de educação ambiental da instituição tem realizado um trabalho de conscientização nas escolas municipais da Capital sobre a conseqüência do lixo depositado nos 28 arroios da cidade.
No Dilúvio, já foram realizados mais de três quilômetros de dragagem desde o início dos trabalhos, em outubro do ano passado. Duas dragas retiram de dois a três mil metros cúbicos de entulhos por mês do local, o equivale a 300 caminhões.
Na vila Dique, a dragagem do arroio não era feita há cerca de oito anos. De acordo com Teixeira, o trabalho na Zona Norte da Capital era necessário em função da grande quantidade de lixo depositado pela população e da necessidade de desafogar a pista do aeroporto Salgado Filho, que enchia de água nos dias de chuva, devido à sujeira do arroio que transbordava.
Segundo a presidente da Associação dos Amigos e Moradores da Vila Dique, Ernedina Espíndola, a comunidade está satisfeita com a dragagem, mas continua jogando lixo no local. "Pretendemos conscientizar a comunidade a reciclar o lixo, para que a gente não sofra mais com os problema ocasionados pela poluição", destacou. No arroio da Vila Dique, a previsão é de que os trabalhos terminem no final deste mês.
A prioridade são os locais críticos, onde há maior acúmulo de areia e lixo, com o cuidado para não mexer no leito natural do arroio, que poderia causar o desequilíbrio de seu curso.
(JC-RS, 27/11/2007)