O professor e economista Silvio Persivo, com doutorado em Desenvolvimento Sustentável, em recente entrevista ao Rondonoticias se mostrou muito preocupado com a situação da capital-Porto Velho tendo em vista a iminente construção da Usinas de Jirau e Santo Antônio neste perímetro. O economista fez uma analise contundente e pessimista tecendo verdadeiro horizonte negro para o futuro da vida na capital de Rondônia.
Para Persivo, os estudos de impacto ambiental previram em seus relatórios a inundação de áreas, a desapropriação de terras, a relocalização de ribeirinhos, o remanejo de peixes, a adequação ao ecossistema, mas nada foi feito em relação a impacto social e econômico que a cidade fatalmente sofrerá. “Nada foi feito, em relação a Porto Velho, que junto com sua população a mais afetada por causa da instalação das hidrelétricas”, observou.
Silvio, que se diz defensor do projeto de construção das duas hidrelétricas, lamenta que nada substancial tenha sido feito em relação a estudos mais aprofundados sobre a população de Porto Velho e sua futura relação com o mega - empreendimento. “Não estamos preparados para a obra. Há muita desorganização. Muito discurso e pouca ação. Mais de 120 mil pessoas chegarão com a notícia da construção, e temo pelo caos que essa demanda de gente vai gerar na cidade que está despreparada, totalmente”, apurou.
O professor explicou que na situação atual, Porto Velho ficaria ‘estrangulada’ sob diversos aspectos. Persivo falou de privações como falta de abastecimento e até a falta de serviços essenciais que ficarão bastante comprometidos, como a saúde, a segurança pública e a educação. “Temo que falte escolas, hospitais para atendimento, e a violência ficará descontrolada para a população portovelhense. Se não houver planejamento, Porto Velho em vez de ganhar, vai perder com as usinas. Temos que reverter isso, mitigando os problemas com ações preventivas já!”, apontou.
(Por Rocco Eduardo,
Rondonoticias, 26/11/2007)