Interrupção das obras se deveu à falta de documento sobre monitoramento arqueológico da área
As obras do Centro Popular de Compras (CPC), em Porto Alegre, serão retomadas a partir da manhã de hoje. A decisão foi anunciada no final da tarde de ontem depois que o secretário municipal do Meio Ambiente, Beto Moesch, assinou a licença de instalação. Na oportunidade, ele destacou a importância do documento, especialmente quanto à condicionante relativa à pesquisa e ao monitoramento arqueológico daquela área, com a catalogação, registro, quantificação e análise do material recuperado.
A licença foi entregue ao gerente do Programa Cresce Porto Alegre e assessor de Projetos Especiais da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic), Adel Goldani, pela bióloga Rosângela Piccinini, da Coordenação do Licenciamento Ambiental. 'A Smic ficou em compasso de espera de dois dias com o intuito de preservar a história e garantir a total revitalização do Centro de Porto Alegre', ressaltou o titular da Smic, Idenir Cecchim.
Na avaliação de Moesch, a medida respalda legalmente a empresa Verdicon para a conclusão da obra do CPC, que passou por todos os processos legais previstos na legislação municipal. O licenciamento era necessário para a continuidade das obras, que estavam suspensas desde o dia 22 de novembro. O titular da Smic argumentou que o prazo de entrega do empreendimento está mantido para maio de 2008, com previsão de operação a partir de julho.
As mudanças nos terminais de ônibus, com transferência de 167 linhas para dar lugar à construção do camelódromo aéreo, como é também denominado o CPC, permanecem inalteradas. Cecchim revelou que o investimento no complexo é de R$ 11,5 milhões, com custeio pela iniciativa privada. Sessenta pilares e vigas pré-moldadas do camelódromo estão em produção em Erechim.
Durante as escavações arqueológicas feitas na praça Rui Barbosa, houve a descoberta de 40 metros de estrutura de madeira de um estaleiro e de um trapiche construídos por volta de 1770 às margens do Guaíba. Cerca de 3 mil objetos antigos foram achados no local, que já abrigou um matadouro público e um dos dez depósitos de lixo autorizados pelo governo da época.
(Correio do Povo, 27/11/2007)