Terminou em impasse nas negociações entre representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e os agricultores que ocuparam, durante a manhã desta segunda-feira (26/11), a sede nacional do órgão em Brasília. Depois de uma reunião que durou a tarde inteira, as conversações foram suspensas por volta das 18h e só serão retomadas nesta terça (27/11). Caso não haja consenso, os trabalhadores rurais podem voltar a ocupar o edifício.
Pela manhã, cerca de 300 agricultores da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) no noroeste de Minas Gerais e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg) ocuparam a sede nacional do Incra. Eles só permitiram o retorno das atividades no local após conseguirem uma audiência para expor as reivindicações.
Os trabalhadores rurais pedem agilidade no processo de desapropriação de terras, construção de casas para famílias assentadas, fornecimento de óleo diesel para a aragem das lavouras e melhorias na infraestrutura dos assentamentos, como rede de água, luz e construção de estradas.
A reunião ocorreu na Superintendência do Incra no Distrito Federal e no Entorno, em outro ponto da cidade. Além de uma comissão de agricultores, participaram das negociações o ouvidor-agrário nacional, Gecino José da Silva, e diretores do Incra.
Segundo o diretor de Política Agrária da Contag, Paulo Caralo, a reivindicação que encontra mais resistência por parte da Ouvidoria Agrária e do Incra é a concessão do óleo diesel. "O ponto que está difícil de negociar são os 250 mil litros de óleo diesel para atender o mais rápido possível os assentados na preparação da terra para o plantio", explicou.
De acordo com Caralo, os trabalhadores podem voltar a ocupar a sede do Incra caso não se chegue a um consenso. “Se não houver acordo, vamos reunir com os trabalhadores em assembléia e decidir se continuamos com as negociações ou se ocupamos novamente a sede nacional do Incra", declarou.
(Por Daniel Mello, Agência Brasil, 26/11/2007)