Cerca de 2,6 bilhões de pessoas, entre elas 980 milhões de crianças, não têm acesso ao saneamento básico. Aproximadamente 1,5 milhão de crianças morre ao ano no mundo em conseqüência da carência de água potável, saneamento ambiental adequado e condições higiênicas saudáveis, segundo informações da Organização das Nações Unidas (ONU). Com o objetivo de melhorar a situação dessas pessoas, a instituição lançou, nesta quarta-feira (21), o Ano Internacional do Saneamento, estabelecido em dezembro de 2006 pela Assembléia Geral da ONU.
De acordo com a ONU, a idéia é que a campanha ajude a alcançar o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio de reduzir pela metade a proporção de pessoas que não contam com saneamento ambiental básico até o ano de 2015. Conforme informou o Secretário Geral da entidade, Ban Ki-moon, calcula-se que cerca de 42 mil pessoas morram semanalmente devido a doenças relacionadas com a qualidade ruim da água que consomem e por falta de saneamento ambiental adequado.
A instituição diz ainda que se for mantida a atual tendência, em 2015, cerca de 2,4 bilhões de habitantes do mundo precisarão de serviços de saneamento ambiental básico e as crianças continuarão pagando boa parte do custo dessa carência com vidas perdidas, falta de educação escolar, enfermidades, desnutrição e pobreza.
Dados da Unicef apontam que na América Latina e Caribe a segunda causa de mortalidade infantil, depois das doenças respiratórias, é a diarréia causada por infecções transmitidas das mãos sujas na boca. Embora a situação tenha melhorado na região nas últimas décadas, atualmente, mais de 100 milhões de pessoas na América Latina e Caribe não têm saneamento básico.
Segundo o Informe regional sobre a avaliação 2000 na região das Américas, da Organização Mundial da Saúde, na América Latina e Caribe somente 14% das águas residuais domésticas, cujas moradias estão conectadas a redes de esgoto, recebe algum tipo de tratamento. Esta situação se torna ainda mais crítica, se for levado em conta que águas residuais domésticas que procedem de 208 milhões de habitantes são descarregadas sem nenhum tipo de tratamento.
Para ser cumprida a meta do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio de reduzir em 50% o numero de pessoas sem saneamento até 2015, se estima que, anualmente, na América Latina, durante o período de 2005 a 2015, 10 milhões de pessoas deveriam conseguir acesso a serviços de saneamento melhorados, o que implica na necessidade de um aumento substancial nos esforços nacionais e locais.
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Adital, 23/11/2007)