Os produtores de Livramento, Rosário, Quaraí, Dom Pedrito, Uruguaiana, Alegrete, bem como demais municípios da região Fronteira Oeste e Campanha que tiverem interesse em realizar qualquer investimentos no plantio e produção silvícola, deverão assistir, em Bagé, a uma palestra. O uso múltiplo da madeira de eucalipto e os estoques existentes são os temas da palestra promovida pelo Grupo de Estudos em Sistemas Agrossilvipastoris, que será realizada na próxima terça-feira (27), às 14h, no Teatro de Belas Artes da Universidade da Região da Campanha (Urcamp), em Bagé.
Os palestrantes são o assessor técnico da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Rafael Ferreira, e o assessor técnico da Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais do RS (Sedai), Doádi Antônio Brena.
O objetivo é divulgar a tecnologia aplicada nas florestas plantadas visando à produção de toras de madeira. A palestra vai abordar o manejo florestal (espécies, espaçamento, desbastes, ciclo de corte); mercados para madeira serrada de eucalipto; além do Programa Floresta - Indústria no Estado. Conforme o engenheiro florestal da Emater/RS-Ascar, Rodolfo Forgiarini Perske, as empresas estão formando grandes estoques de madeira através do plantio.
"É de conhecimento dos técnicos do setor florestal que a indústria vem posteriormente à matéria-prima, muitos anos depois. As indústrias vão se estabelecer em decorrência dessa nova alternativa de geração de renda e trabalho", diz.
A madeira pode ser destinada para este fim, bastando que haja serrarias interessadas para o desdobro da madeira e as conseqüentes indústrias de transformação e agregação de valor, como moveleira, de laminação, chapas de madeira, entre outras. "As árvores serão cortadas entre 12 a 15 anos para atingirem a espessura exigida pela serraria", explica.
O eucalipto é uma alternativa para a fabricação de móveis, janelas, portas e assoalhos. "O segredo é o tratamento dado à madeira na secagem, corte e acabamento"- diz o técnico. Ele diz que existem experiências bem sucedidas com o uso da madeira do eucalipto para esses fins, além dos usos consagrados para postes, esteios, moirões, tramas, mangueiras, galpões, lenha, carvão, celulose e óleos essenciais. "Logicamente que esta produção de madeira deve ser trabalhada pelo produtor para agregar valor ao seu produto". O técnico explica que se deve começar com a desrama dos galhos para evitar os indesejáveis nós na madeira e passando pelo desbaste das árvores, com o objetivo de reduzir a população por unidade de área, propiciando indivíduos de maior diâmetro.
(A Platéia, 26/11/2007)