Um documento enviado pelo banco Alemão Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW) para a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), no início da tarde de ontem, gerou alívio entre os diretores da estatal. O fax, enviado às 17h18min (14h18min no horário brasileiro de verão), reconhece a falsificação de assinaturas de diretores da companhia em documento que serviria de garantia para financiamento com a empresa gaúcha Hamburgo, que iria construir quatro usinas térmicas no RS, em um valor total de 109 milhões de euros.
O documento enviado pelo banco alemão também isenta a estatal de qualquer tipo de ressarcimento do valor, no caso da Hamburgo. O laudo da falsificação das assinaturas foi divulgado pela Polícia Federal (PF) na quinta-feira. Sete suspeitos de envolvimento com os empréstimos firmados ilegalmente com aval da CGTEE seguem detidos na PF.
O presidente da CGTEE, Sereno Chaise, demonstrou alívio com o reconhecimento do banco a respeito da falsificação. Segundo Chaise, a perícia realizada pela Polícia Federal confirma as afirmações feitas anteriormente por ele. 'Desde o começo, apoiamos a ação da Polícia Federal e estamos prontos a colaborar com as investigações.
E a boa notícia, além do reconhecimento do banco de que as assinaturas são falsas, é que, no caso da Hamburgo, não precisaremos pagar nada ao KfW', ressaltou o presidente da companhia. No fax, os representantes do banco afirmam que o 'resultado da perícia abalou muito a instituição, não só por causa do prejuízo financeiro, mas também porque não eram capazes de imaginar a existência de atos tão criminosos nas relações econômicas entre a Alemanha e o Brasil'.
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CP, 24/11/2007)