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protocolo de kyoto
2007-11-24
A Austrália, que assim como os Estados Unidos se recusou a assinar o Protocolo de Kyoto, poderá engrossar a lista de países que fazem parte do acordo internacional caso o primeiro-ministro John Howard seja derrotado nas eleições gerais deste sábado. O líder do Partido Trabalhista Australiano (ALP), Kevin Rudd, se comprometeu durante a campanha eleitoral a assinar o Protocolo de Kyoto, um passo que Howard, representante da coalizão do Partido Liberal da Austrália (LPA) e primeiro-ministro há 11 anos e meio, se negou a dar.

Rudd, cuja candidatura é apoiada pelo ex-vice-presidente dos Estados Unidos e Prêmio Nobel da Paz Al Gore, se transformou em um dos principais defensores das negociações nas Nações Unidas para se combater a mudança climática. O líder trabalhista afirmou que considerará a possibilidade de representar, pessoalmente, a delegação australiana na reunião da ONU em Bali, marcada para dezembro próximo, o que significaria variar radicalmente a atitude que o governo da Austrália manteve até agora com relação à mudança climática.

Howard prometeu que caso venha a ser reeleito utilizará suas boas relações com o presidente americano para persuadir a Casa Branca a promover outro tipo de acordo internacional contra a mudança climática. O LPA acredita que um acordo sobre meio ambiente só funcionará de forma efetiva se incluir um compromisso para todos os países do mundo, os desenvolvidos e os menos desenvolvidos.

"Haverá países com interesse de tirar indústrias da Austrália", disse o atual ministro do Meio Ambiente e de Recursos Hídricos australiano, Malcolm Turnbull, que assegurou ainda que um novo Governo com Howard na liderança protegerá o futuro do meio ambiente sem comprometer a prosperidade econômica do país. O LPA sustenta que é necessário participar de negociações globais com rigidez, para assegurar que os países menos desenvolvidos, como China ou Índia, que concorrem comercialmente com a Austrália, se comprometam aos cumprir os mesmos objetivos e não obtenham vantagens nos processos de produção.

Howard aposta na promoção do uso de energias limpas, na criação de um sistema de comércio de emissões, na busca de um novo acordo internacional e no estabelecimento de um fundo especial para ajudar os cidadãos mais pobres a terem acesso à energia, cada vez mais cara. Os liberais criticaram ainda em seus comícios a política para o meio ambiente de seus adversários, classificados como "idealistas demais" como para poder gerir corretamente a economia e incluir ao mesmo tempo mudanças para a proteção do meio ambiente.

Na opinião de Turnbull, tal idealismo fica provado com a escolha do candidato trabalhista para ocupar a pasta do Meio Ambiente, Peter Garret, ex-vocalista da banda australiana de rock Midnight Oil e ex-presidente da Fundação Australiana para a Conservação (ACF, na sigla em inglês), uma das principais organizações ambientalistas do território. Segundo pesquisa de opinião publicada durante a campanha, 61% dos entrevistados sustentaram que a Austrália tem de assinar o Protocolo de Kioto, e 75% consideraram que o país deve comprometer-se a reduzir emissões de gases que causam o efeito estufa sem esperar por acordos com terceiros países, sobretudo os que estão em vias de desenvolvimento.

(Globo Online, Ambiente Brasil, 24/11/2007)




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