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armas de destruição em massa
2007-11-23
O que têm em comum a crise política do Paquistão, o ataque aéreo de Israel contra a Síria em setembro e a persistente busca de urânio enriquecido por parte do Irã? Os três casos refletem a agressiva política do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, para enfrentar a ameaça da proliferação nuclear. Depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 o governo a Casa Branca dividiu o mundo em dois campos: aqueles que “estão conosco” e os que “estão contra nós”.

O primeiro grupo – liderado por Washington – é composto por “bons rapazes” do ponto de vista moral, países democráticos que, em alguns casos, possuem armas nucleares. O segundo grupo está formado por ditadores malvados que pretendem obter armas atômicas, regimes renegados nos quais não se pode confiar porque presumivelmente venderiam sua tecnologia para a organização terrorista internacional que mais dinheiro oferecer por ela. Joseph Circione, especialista em matéria de não-proliferação, destacou que o governo norte-americano “modificou o enfoque, passando de ‘que’ para ‘quem”.

O novo critério de Washington, além de promover ataques militares preventivos contra adversários e terroristas que possuem armas de destruição em massa, desestimula o consenso multilateral como pré-requisito de sua política externa e prefere a ação unilateral para garantir a segurança e promover a democracia. Não é segredo que o ex-embaixador dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas e pensador ultradireitista John Bolton sente uma clara antipatia pela ONU. Em certa oportunidade disse que se o prédio das Nações Unidas em Nova Iorque perdesse 10 andares “não se notaria a diferença”. A animosidade do circulo íntimo de Bush se estende à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), um organismo da ONU, porque considera que não soube encarar corretamente o programa nuclear do Irã.

Um informe da AIEA divulgado na semana passada – parte de um acordo entre seu presidente, Mohamed El-Baradei, e o Irã, para evitar um choque entre esse país e os Estados Unidos – diz que Teerã foi verdadeira a respeito de aspectos-chave de suas atividades nucleares no passado, mas alerta que o conhecimento sobre esse programa “está diminuindo”. O governo Bush respondeu que o persistente desafio iraniano à comunidade internacional e sua negativa em deter seu programa de enriquecimento de urânio justificam a pressão para que sofra uma terceira rodada de sanções.

Em setembro, aviões israelenses realizaram uma misteriosa incursão em território sírio. Existe um crescente consenso no governo norte-americano e entre analistas independentes de que o alvo foi uma instalação nuclear. Verdade, ou não, o episódio – junto com o silêncio de Síria, Israel e Estados Unidos – gera perguntas sobre o momento escolhido e o que esta ação unilateral faz prever para as ambições nucleares dos vizinhos árabes do Estado judeu.

“A decisão do governo Bush de não compartilhar sua informação de inteligência sobre as instalações sírias com a AIEA, para incentivar e apoiar uma agressiva inspeção e avaliação desta suposta ameaça à paz, é outra demonstração de seu desprezo em relação à ONU e seus organismos”, disse à IPS Ray Cloise, ex-analista da Agência Central de Inteligência (CIA). “Washington tenta manejar o problema da proliferação nuclear por sua própria conta, com independência da comunidade internacional, exceto nos casos em que delegue a Israel o papel de polícia nuclear no Oriente Médio”, acrescentou.

Porém, o possível colapso do governo do Paquistão, presidido pelo comandante do exército, Pervez Musharraf, aumentou o temor de que o arsenal nuclear de Islamabad possa cair em mãos de terroristas. Uma coluna de opinião no jornal The New York Times, escrita pelo neoconservador Fred Kagan e pelo liberal – embora intervencionista – Michael O’Hanlon, intitulado “O colapso do Paquistão é problema nosso”, é o último exemplo do tom alarmista que impera em Washington. O antigo sugere que na falta de um poderoso mediador internacional, como a AIEA, os Estados Unidos poderiam considerar uma opção militar.

“Não queremos ser alarmistas”, escreveram Kagan e O’Hanlon para advertirem em seguida que Washington deveria “pensar – agora – quais são as opções militares possíveis”. A idéia é agir com rapidez para garantir o arsenal nuclear do Paquistão antes que a situação política se deteriore ainda mais. Os Estados Unidos entregaram ao Paquistão quase US$ 100 milhões nos últimos seis anos através de um programa secreto, com o propósito de Islamabad reforçar a segurança de suas armas atômicas, informou no último fim de semana o The New York Times.

Todas as conversações sobre os objetivos norte-americanos em matéria de não-proliferação retornam ao Iraque. O governo Bush soube que Bagdá havia posto fim a todos seus programas de armas de destruição em massa entre 1991 e 1995, segundo um informe do Grupo de Investigação do Iraque, composto por especialistas da CIA e do Departamento de Defesa que viajaram a esse país em busca de evidências que apoiaram as acusações de Washington. Embora funcionários do governo Bush tentassem desacreditar as inspeções da ONU no Iraque antes da invasão de 2003, ao que parece as sanções fizeram Saddam Hussein parar. Embora os Estados Unidos jamais tenham encontrado armas de destruição em massa no Iraque, a invasão desse país permitiu que grupos como a Al Qaeda se apresentassem como um ícone da jihad (guerra santa) e atraíssem potenciais recrutas, aumentando, assim, a ameaça terrorista.

(Por Khody Akhavi, IPS, 22/11/2007)



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