(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
cnpq
2007-11-23
A desigualdade entre as regiões brasileiras no âmbito da ciência é uma das preocupações do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT). Por motivos que envolvem a própria história do país, as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste sofrem uma defasagem em termos de número de pesquisadores, resultados e no desenvolvimento da pós-graduação das universidades locais em relação às demais do país.

Estas regiões possuem entre 20 e 60 doutores por 100 mil habitantes (exceto Belém e algumas capitais nordestinas), enquanto o Sul e o Sudeste têm pólos onde esta proporção é superior a 300 doutores por 100 mil habitantes, de acordo com dados da Plataforma Lattes do CNPq.

Uma das ações mais importantes do CNPq, visando à diminuição das diferenças regionais, tem sido o Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (DCR), criado na década de 80 para atrair e fixar doutores nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O CNPq tem investido, por ano, cerca de R$ 20 milhões na concessão de mais de 600 bolsas de pesquisa a doutores residentes em outras regiões para desenvolverem pesquisas nas instituições dos locais beneficiados pelo programa.

Interiorização

A partir de 2003, o Programa DCR tomou uma maior proporção com a parceria com os estados, por meio das Fundações de Amparo à Pesquisa. Cada estado recebe uma quota de bolsas e indica os beneficiários por processo seletivo local. Essa parceria promoveu um incremento nos recursos destinados ao Programa, já que o convênio exige uma contrapartida financeira das entidades estaduais.

O Programa, originalmente restrito às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, não permitia a concessão da bolsa para quem era formado ou radicado no próprio estado. Hoje, a vertente "interiorização" concede bolsa para o doutor formado na região metropolitana do estado que queira migrar para microrregiões carentes, beneficiando estados desenvolvidos, como Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. Além disso, foi introduzida a vertente "empresarial", que prevê a concessão da bolsa para inserir doutores nas empresas com participação progressiva destas no custeio das mensalidades.

Histórias de sucesso

Ao longo desses anos, o programa vem acumulando histórias bem-sucedidas de ex-bolsistas que se fixaram em alguma instituição de pesquisa da região ou que, por meio do apoio do CNPq, puderam voltar à região natal, de onde saíram para aprimorar a carreira científica.

É o caso do Professor Sidney Gonçalo Lima. Pernambucano, voltou ao Nordeste depois de concluir o Doutorado em Química na Universidade de Campinas (Unicamp). Como bolsista do DCR, Sidney Lima desenvolveu, na Universidade Estadual do Piauí (UESPI), pesquisas sobre o petróleo, sua composição química e exploração. "Por causa da infra-estrutura para desenvolvimento de algumas etapas do Projeto, na UESPI, dediquei-me também à pesquisa com outros projetos voltados para bioenergia, síntese de etanol a partir do mesocarpo do coco de babaçu, e plantas medicinais, fitoquímica", explicou o pesquisador.

Segundo ele, o DCR contribuiu de forma decisiva na sua formação profissional, além de permitir que esteja mais próximo de sua família. Hoje, é professor adjunto da Universidade Federal do Piauí, onde graduou-se em 1997. "Penso em dar minha contribuição para o desenvolvimento da pesquisa nesse estado e o DCR foi um passo para a realização desse sonho", conclui.

De São Paulo para o Amazonas

A trajetória de Adriana Malheiro também reflete os benefícios que o Programa pode proporcionar à região e ao bolsista. Após a conclusão do Doutorado em Imunologia na Universidade de São Paulo (USP), a pesquisadora teve a oportunidade, por meio da bolsa DCR, de mudar-se para Manaus para desenvolver a pesquisa " Caracterização dos genótipos do vírus da hepatite C, associada à carga viral e resposta imune em doadores de sangue do Estado do Amazonas", pela Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam).

"Eu não conhecia muito bem o Amazonas, mas havia terminado o meu doutorado na USP de Ribeirão Preto em 2003 e estava pensando em fazer alguma coisa que fosse diretamente voltada para a sociedade, uma pesquisa que pudesse ser aplicada e não mais continuar apenas na área básica", relembra Adriana, que define a importância da bolsa como "um salto de 10 anos" em sua carreira. "O mais importante foi termos conseguimos criar e manter uma equipe de pesquisa dedicada e ética, com muitas parcerias e, o mais importante, ainda formando novos mestres e doutores", continua.

Adriana Malheiro, que no final do ano passado foi aprovada no concurso de professor da  Universidade Federal do Amazonas, ressalta ainda a importância do apoio à sua pesquisa para o desenvolvimento científico local. Segundo ela, a partir de sua pesquisa, foram aprovados cerca de nove projetos em editais lançados pelo CNPq, Finep, Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (FAPEAM) e Ministério da Saúde, proporcionando um grande avanço à Fundação. "O DCR foi uma grande conquista na minha vida profissional, e a colaboração do Hemoam foi fundamental para que eu pudesse crescer e hoje ser reconhecida no Estado", conclui.

Física no Ceará

Física formada pela Universidade Federal de Santa Maria (RS) e com Mestrado e Doutorado concluídos recentemente pela USP, a pesquisadora Ivana Zanella está em Fortaleza desde 2006 como bolsista DCR, atraída pela infra-estrutura da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pelo fato de poder interagir com experimentais (físicos) da área. "O interesse surgiu porque tive colegas de pós-graduação que vieram antes para UFC e desenvolveram excelentes trabalhos", aponta.

As pesquisas desenvolvidas por Ivana Zanella envolvem, por meio de simulações baseadas na teoria do funcional da densidade, a funcionalização de nanoestruturas de carbono para uso como sensores e removedores de gases, moléculas tóxicas, dispositivos eletrônicos e fármacos.

Para a pesquisadora, a bolsa DCR é uma ótima oportunidade para o recém-doutor. "Ao final do doutorado encontra-se um dilema: o que fazer agora? Para onde  vou? A bolsa DCR fornece uma saída para esse dilema, a possibilidade de melhorar o currículo e de se ter novas experiências, sejam elas como pesquisador ou como professor", explica Ivana, que ainda aponta a importância da bolsa como um passo importante para a conquista de uma posição em uma universidade. A expectativa de Ivana Zanella, agora, é permanecer como bolsista DCR no Ceará por mais um tempo.

Santa Catarina para o Acre

Já o professor Moacir Haverroth, com mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (1997) e doutorado em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (2004), se fixou no Norte do país, após dois anos como bolsista DCR na Universidade Federal do Acre, entre 2005 e 2007.  Hoje é pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Unidade do Acre, na área de plantas medicinais, aromáticas, condimentares e ornamentais. Como mais um resultado da bolsa DCR,  o pesquisador acaba de lançar o livro Etnobotânica, uso e classificação dos vegetais pelos Kaingang: Terra Indígena Xapecó.

(Assessoria de Comunicação do CNPq, 23/11/2007)



desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -