A Petrobras prevê investir R$ 1,2 bilhão em projetos sociais até 2012, informou nesta quinta-feira (22/11) Luiz Fernando Nery, gerente de Responsabilidade Social da empresa, durante audiência pública conjunta das Comissões de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. Conforme destacou, o programa Desenvolvimento e Cidadania Petrobras, que integra o plano de negócios da empresa, adotará novas metodologias de seleção pública dos projetos com o objetivo de ampliar a participação na escolha das iniciativas que serão apoiadas.
Os senadores Paulo Paim (PT-RS) e Patrícia Saboya (PDT-CE), respectivamente presidentes da CDH e da CAS, elogiaram o compromisso da Petrobras com o desenvolvimento do país e destacaram as contribuições da empresa na redução das desigualdades, no apoio a crianças e adolescentes e na geração de oportunidades para grupos excluídos em todo o país.
Luiz Fernando Nery fez um balanço do Programa Petrobras Fome Zero, realizado de 2003 a 2007, o qual aplicou R$ 386 milhões em 2,5 mil projetos de desenvolvimento social, promovendo o atendimento direto a 2,4 milhões de pessoas e indireto a oito milhões de brasileiros. O trabalho, disse, foi realizado por meio de 18 mil parcerias com entidades organizadas da sociedade civil e prefeituras, em 2.300 municípios.
Em continuidade a essa iniciativa, Luiz Fernando Nery enfatizou que o aprimoramento do processo de gestão permitiu à Petrobras ampliar os investimentos, estabelecendo a meta de quatro milhõesde atendimentos diretos e 13 milhões indiretos até 2012.
- A responsabilidade social e ambiental hoje integra o planejamento estratégico da Petrobras - ressaltou.
Licença-maternidade
Ao reconhecer as contribuições da Petrobras para a proteção de crianças e adolescentes, Patrícia Saboya sugeriu que a empresa adote a licença-maternidade de seis meses para suas funcionárias.
- Isso seria um exemplo importante para outras empresas - ressaltou ela.
Em resposta, Luiz Fernando Nery comprometeu-se a levar a sugestão ao presidente da empresa, recebendo aplausos de Patrícia Saboya e dos demais participantes do debate.
Motivado por questionamento do senador Jayme Campos (DEM-MT), o representante da Petrobras informou que a empresa realiza criterioso processo de seleção de projetos. As propostas, informou, são submetidas em modelo padronizado e julgadas por especialistas de fora da empresa, conforme critérios anteriormente definidos e divulgados.
Ao atestar a qualidade do processo de seleção de projetos adotado, o senador José Nery (PSOL-PA) lembrou dificuldades enfrentadas por prefeituras e entidades não- governamentais da região amazônica na elaboração de propostas para receber apoio da Petrobras, devido, principalmente, à falta de informação e experiência. Ele sugeriu a realização de seminários como forma de melhorar a qualidade dos projetos.
Em resposta, Luiz Fernando informou que a empresa realiza oficinas, em caravanas regionais, onde ocorrem formações sobre a metodologia de planejamento. Informou tambémque este ano será adotada a "caravana virtual", com a disponibilização de informações via Internet. Para informar a população sobre o programa, disse, a empresa priorizará o rádio como meio de divulgação.
Durante o debate, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) parabenizou a Petrobras pelos resultados obtidos, mas sugeriu que a empresa dê prioridade à educação.
- As crianças e adolescentes de estados e municípios produtores não se beneficiam das riquezas geradas pelo petróleo - observou, ao sugerir o direcionamento de royalties ao financiamento da educação.
Parcerias
Presente à audiência, Roberto Laureano da Rocha, líder do Movimento Nacional dos Catadores, destacou a importância da parceria com a Petrobras, ressaltando especialmente o apoio na melhoria da organização e gestão dos grupos. No entanto, ele lembrou que ainda há muito a ser feito para melhorar as condições de vida e trabalho dos cerca de um milhão de catadores existentes no pais. Nesse sentido, o senador Paulo Paim destacou a apresentação do PLS 618/07, que regulamenta a profissão dos catadores de materiais recicláveis, em tramitação no Senado.
Também participaram da audiência pública e elogiaram o exemplo de responsabilidade social da Petrobras Cláudia Maria Jeunon Souza, assessora de Responsabilidade da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Lídia Colaço Pereira, representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), e Salete Velesan, do Instituto Paulo Freire. Conforme ressaltou Cláudia Souza, competitividade e responsabilidade social devem andar juntas nas empresas. Da mesma opinião, a representante do Unicef ressaltou que crianças e adolescentes deveriam fazer parte "do DNA das empresas".
(Por Iara Guimarães Altafin, Agência Senado, 22/11/2007)